Minas Gerais

BALANÇO

Um ano de Zema: Como estão a saúde e a educação em Minas?

O Brasil de Fato ouviu a opinião de especialistas no assunto

Belo Horizonte |
Uma das principais críticas é a falta de investimento: “O governo Zema descumpriu a Constituição Federal"
Uma das principais críticas é a falta de investimento: “O governo Zema descumpriu a Constituição Federal" - Freepick

SAÚDE

Não foram investidos os 12%

“Este ano foi muito difícil para o controle social, principalmente na área da saúde. O governo não aplicou o mínimo constitucional conforme é determinado pela lei, que diz que é preciso investir 12% das receitas correntes do estado na saúde. Nos preocupa também porque ainda permanece a dívida dos estados com o município, não foram repassados os recursos para investimentos na área da saúde. Não voltaram com as obras dos hospitais regionais”

Ederson Alves, vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES/MG)

E quais as perspectivas para 2020?

Modelo proposto para Fhemig deu errado no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro

“O governo Zema propõe, para resolver os problemas da Fhemig, a privatização dos hospitais através das Organizações Sociais (OSs). São essas mesmas organizações que estão causando a crise gestão de saúde no Rio de Janeiro, com trabalhadores com salários atrasados, equipes, centros de saúde fechando. Esse modelo em Porto Alegre gerou a demissão de 40% dos trabalhadores da saúde, levando desassistência para a população”

Bruno Pedralva, médico da família e diretor do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel)

EDUCAÇÃO

Deixaram de ser investidos R$ 2,6 bilhões na área em 2019

“O governo Zema descumpriu a Constituição Federal no que diz respeito ao investimento dos 25% da receita corrente líquida em educação. Neste ano de 2019, até o presente momento, o governo já deixou de investir por volta de R$ 2 bilhões e 600 milhões em educação. Descumpre também a Constituição do Estado. Através de emenda constitucional de 2018, está garantido o pagamento do piso salarial profissional nacional com repercussão nas oito carreiras da educação e com reconhecimento da jornada aqui de Minas Gerais”

Deu errado

“A fusão de turmas em agosto trouxe muitos transtornos para as escolas estaduais. Houve várias manifestações de alunos, de comunidades, que o governo desconhece, não leva em consideração. A comunidade sequer é consultada nessa política gerencial da secretaria de educação. Outro exemplo é o plano de atendimento para 2020, que trouxe a negativa de matrículas na entrada, no ensino fundamental. Em Ribeirão das Neves, foram 1500 matrículas negadas. E a prefeitura já se manifestou que não tem condições de absorver. Outra novidade é a matrícula pela internet para aqueles que ingressarão na rede estadual. 37% da população de Minas é excluída da internet e o governo Zema quer implantar a matrícula on line! É mais um processo de exclusão”

E quais as perspectivas para 2020?

Vamos entrar o ano com desemprego e alunos excluídos da escola

“As perspectivas para 2020 são as piores possíveis. Vamos entrar o ano com desemprego estrutural da categoria – porque até hoje as regras para o número de turmas, o número de aulas, o número de profissionais, ainda não foram divulgados – além da negativa da matricula. Mas a população só vai descobrir isso em fevereiro, porque a matrícula on line se estende até janeiro. As pessoas só vão descobrir que não vai ter vaga quando for a hora de os filhos irem para a escola”

Denise Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) 

Edição: Elis Almeida