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Fanfarra Manada mistura ritmos e estilos musicais no carnaval de São Paulo

Na Manada todo mundo é bem vindo desde que esteja disposto ao diálogo

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Muitas pessoas andando pela cidade carregando instrumentos de sopro, sem querer estavam parecendo uma manada
Muitas pessoas andando pela cidade carregando instrumentos de sopro, sem querer estavam parecendo uma manada - Foto: Divulgação Fanfarra Manada
Na Manada todo mundo é bem vindo desde que esteja disposto ao diálogo

Envolvida pelo som de instrumentos de sopro e percussão, a região central da cidade de São Paulo vem sendo ocupada pelos grupos de fanfarra, que fazem do carnaval um espaço de interação com a cidade. 

Um deles é a Fanfarra Manada, que desde 2018 anima foliões pelas ruas da capital paulista. 

Viva, cheia de charme e cores, a Manada mistura uma variedade de estilos musicais. No repertório tem frevos, músicas populares brasileiras, passando pelo axé, pelo soul nacional e internacional até chegar no pop.

O trompetista Sandro Eli, que é um dos fundadores do grupo, afirma que a Manada preza pelo carnaval que é feito para todo mundo dançar e, por isso, não apresenta só um estilo musical. Pelo contrário, os instrumentistas tentas tocar todas as músicas possíveis que façam o público se sentir representado. Esse, segundo Eli, é também o principal aspecto político da banda. 

“A gente tenta garantir um lugar de crescimento e interação com a cidade, e não que no final a cidade seja um monte de lixo. Acho que o nosso maior caráter político é o de o grupo ser o mais agregador possível, propomos o diálogo. A ideia é que seja um lugar de tolerância e de construção coletiva. Na Manada todo mundo é bem vindo desde que esteja disposto ao diálogo", ressalta.

A Fanfarra Manada surgiu em abril de 2018 de um movimento espontâneo dentro de outro grupo de fanfarra: A Espetacular Charanga do França, que também anima os dias de folia em São Paulo. 

Quando o carnaval daquele ano acabou, cerca de três pessoas, incluindo Sandro Eli, decidiram continuar estudando os instrumentos de sopro e percussão. Com o apoio de Thiago França, fundador da Charanga, o pequeno grupo começou a dar os primeiros passos para fundar a Manada. 

As primeiras músicas a saírem dos instrumentos de sopro e percussão foram do próprio Thiago França, que autorizou a reprodução. Paralelamente, Sandro Eli foi garimpando repertórios de outras fanfarras espalhadas pelo Brasil. A partir daí, ele conta que o grupo ganhou corpo naturalmente.

“Surgiram quatro pessoas dentro do grupo que têm mais facilidade com as composições. Hoje, basicamente são elas a comissão de arranjo. Esse grupo pega as músicas, faz arranjos e define o repertório. Mas, inicialmente, era um processo muito mais caótico, a gente ia lapidando no meio do caminho. Agora, nosso repertório reflete bastante isso: tem músicas que são muito básicas, que todo mundo toca igualzinho, mas também músicas de arranjos mais complexos", conta Eli.

O nome do grupo também desperta curiosidade. E é claro que tem uma explicação. Depois de rodarem muito pelas ruas e praças de São Paulo, a Fanfarra começou a ganhar mais instrumentos, principalmente os de sopro, e também mais artistas. De repente, Sandro Eli diz que o grupo parecia uma manada.

Neste sábado (1), o grupo se apresenta às 14h na Barra Funda, na capital paulista. A concentração acontece em frente ao Armazém do Campo, na Alameda Eduardo Prado, número 499.

Durante o Carnaval de 2020, a fanfarra também toca no bairro no sábado (22), às 10h, nos arredores da Rua Vitorino Camilo. Na segunda-feira (24), a apresentação será às 17h, em frente ao Sesc da Avenida Paulista.

Edição: Geisa Marques