PREJUÍZO

Status de país desenvolvido em lista dos EUA deve prejudicar economia brasileira

Especialista em direito econômico aponta restrições de benefícios comerciais e possível impacto nas exportações

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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12-02-20 - Donald Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Foto: Nicholas Kamm/AFP

A retirada do Brasil da lista de países em desenvolvimento dos Estados Unidos (EUA) revela a submissão do país ao governo estadunidense e deve ter consequências na economia brasileira. Essa é a avaliação do jurista Gilberto Bercovici, professor de Direito Econômico e Economia Política na Universidade de São Paulo (USP).

Outras 23 nações, além do Brasil, tiveram o status de país em desenvolvimento retirado pela Departamento de Comércio dos EUA na última segunda-feira (10), após revisão de uma legislação interna de 1998.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Bercovici explica que a medida tem potencial para afetar, por exemplo, as exportações brasileiras, uma vez que haverá mudanças na tributação aplicada para esse tipo atividade. 

“O Brasil participava de uma série de programas de importação do governo americano, que vai deixar de participar. Outros países vão entrar no nosso lugar. Vamos exportar produtos com um valor mais caro, então, isso obviamente vai gerar consequências. Pode ter, eventualmente, queda ou restrição nas exportações”, pontua.

A subserviência do Brasil aos Estados Unidos é outro ponto destacado por Gilberto Bercovici. Ele avalia que a aceitação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à decisão unilateral ao governo de Donald Trump se dá por razões ideológicas, que desconsidera, por exemplo, os possíveis prejuízos econômicos ao país. 

“O Brasil adere completamente a toda e qualquer posição que o governo americano toma, mesmo que seja contra os interesses comerciais e econômicos brasileiros. Isso acontece por uma razão ideológica do atual governo, de submissão absoluta a tudo que os Estados Unidos fazem. Eles mandam, e a gente obedece”, conclui.

Ouça a entrevista na íntegra no áudio desta matéria.

 

Edição: Geisa Marques