As inundações causadas pelas fortes chuvas ainda devem castigar populações ribeirinhas do Norte e Nordeste por muitos dias, segundo as previsões meteorológicas. Na Bahia as águas baixaram, mas deixaram muita destruição e 60 mil pessoas ainda desalojadas. São 26 mortos, 521 feridos, dois desaparecidos e 166 municípios com decreto de emergência.
O centro e sul de Minas Gerais também seguem com previsão de ocorrências de chuva, assim como a região da Grande Belo Horizonte nos próximos 5 dias. Até quinta-feira (13), a chuva será frequente e com intensidade de moderada a forte por várias horas. Além disso, as chuvas devem cair mais fortes nesta terça (11) no Triângulo Mineiro e Vale do Rio Doce.
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Enquanto isso, no Maranhão, Piauí e Tocantins as águas sobem, invadem casas e forçam centenas de famílias a deixarem seus lares. Na região leste do Maranhão, os rios Mearim e Itapecuru não param de subir. Desde esta segunda-feira (10), moradores já estão sendo retirados de áreas de risco de cidades da região para abrigos. A previsão é de enchentes pelas próximas 48 horas pelo menos.
Outras áreas de risco são sendo mapeadas pela Defesa Civil maranhense. O Rio Itapecuru já subiu quase quatro metros, o que deixa cerca de 250 famílias desabrigadas. O receio é que suba até os seis metros, cota para alagamento de ainda mais casas, o que aumenta ainda mais o número de pessoas que terão de deixar seus lares.
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Em Mirador, que já ficou debaixo d’água nesta estação de chuvas, ainda há casas alagadas. Porém, a destruição de 16 pontes na região, dificulta a chegada de cestas básicas para as famílias atingidas. Mais de 600 pessoas estão desalojadas ou desabrigadas na cidade.
Maranhão e Piauí
Em duas semanas o nível do Rio Tocantins subiu 10 metros e o sofrimento dos moradores parece longe de ter fim. Há previsões de chuvas até 20 de janeiro e já são 245 famílias desalojadas ou desabrigadas. Há duas semanas o rio não para de subir. Já é a maior cheia dos últimos 20 anos. Há pessoas em abrigos já há dez dias nessa região. Há quem tinha esperança de voltar.
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No fim de semana passado, as chuvas no sul do estado fizeram os rios e córregos voltarem a subir e transbordar. O risco de mais famílias ribeirinhas de ter de deixar suas casas é apontado pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Estabelecimentos às margens do rio Balsas, que vinham sendo limpos para voltar a funcionar, foram invadidos pelas águas novamente e viram o prejuízo se repetindo. Fazendas que ficam às margens de afluentes do rio, ficam totalmente alagadas.
No Piauí, o nível do rio Parnaíba subiu nas cidades de Teresina, Floriano e Luzilândia, algumas das mais afetadas no estado pelas chuvas dos primeiros dias de 2022. Há previsão de novas chuvas intensas no sul do estado e na capital, Teresina.
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O governador do Piauí, Wellington Dias, afirmou que vai enviar aos municípios atingidos produtos de primeira necessidade para as pessoas desabrigadas, como alimentos, colchões e abrigos.
Tocantins
Em Paranã, no sudeste do estado, a situação é preocupante. Os rios Palmas e Paranã continuam cheios e 16 imóveis desabaram nas zonas urbana e rurais devido às chuvas.
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A capital, Palmas, tem registrando muita chuva desde outubro de 2021. Mas a partir deste mês elas tornaram-se mais intensas. A previsão de chuva para o mês de janeiro em Palmas é de 300 milímetros, e até o momento choveu apenas 46 milímetros. Por isso são aguardadas chuvas torrenciais para os próximos dias.