O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (20) reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira, Selic, de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. O corte de 0,5 ponto é o segundo seguido anunciado pelo órgão. O de agosto foi o primeiro anunciado pelo órgão em três anos.
A Selic, agora, retoma o mesmo patamar de junho de 2022.
A taxa é uma espécie de referência para a economia nacional. Sua redução tende a baratear empréstimos e financiamentos estimulando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a geração de empregos e renda.
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A Selic também é usada para correção monetária da dívida pública do país. Seu corte em 0,5 deve gerar uma economia de R$ 22 bilhões no pagamento dessa dívida, segundo o BC. O valor é equivalente ao dobro do orçamento deste ano do programa Minha Casa Minha Vida.
No último dia 31, antes da redução da Selic, o BC divulgou seu relatório mais atual sobre a situação fiscal do setor público brasileiro.
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Segundo o documento, o setor público – governo federal, regionais e estatais – gastaram só em julho R$ 46,1 bilhões para pagar os juros da dívida pública.
Nos 12 meses encerrados em julho, foram R$ 641,3 bilhões – 9,3% a mais do que os R$ 586,4 gastos nos 12 meses anteriores.
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De acordo com o próprio BC, a cada 1 ponto percentual de aumento da Selic, a dívida pública aumenta R$ 44,4 bilhões. O cálculo aproximado também vale para mudança no sentido contrário, ou seja, redução da taxa.
Isso é pouco menos do que o governo federal gastará para o pagamento dos seguros desemprego em 2023. É também 10% do que ele gastará com servidores no ano.
"Você fica fazendo economia de R$ 1 bilhão, de meio bilhão, e acaba gastando quase R$ 200 bilhões a mais, em razão de ter uma taxa Selic nessa altura", reclamou o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), em junho, quando o governo já fazia campanha pela redução da taxa de juros.
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Orçamento comprometido
Em 2022, os gastos do governo federal com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública somaram R$ 1,879 trilhão, de acordo com a organização Auditoria Cidadã da Dívida (ACD). Isso consumiu 46,3% do Orçamento Federal.
Apesar disso, em 2022, a dívida pública federal aumentou R$ 464 bilhões. Subiu de R$ 7,643 trilhões para R$ 8,107 trilhões, segundo o Tesouro Nacional. O crescimento, segundo a ACD, teve a ver com a alta da Selic durante o ano passado.
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Edição: Thalita Pires