GENOCÍDIO

Israel retoma ataques na Cidade de Gaza e ordena evacuação; bombardeio em escola mata 29

Alemanha e França condenam ataque que matou várias crianças; Netanyahu é acusado de boicotar propostas de cessar-fogo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |

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Cidade de Gaza nesta segunda-feira (8): Israel voltou a bombardear o local nos últimos dias - Omar AL-QATTAA / AFP

Israel ordenou que todos os moradores abandonem a Cidade de Gaza nesta quarta-feira (10). Nos últimos dias, o Exército israelense retomou os ataques contra o norte da Faixa de Gaza, depois de afirmar em janeiro que havia desmantelado o comando do Hamas nesta área do território.

Em panfletos lançados nesta quarta-feira, o Exército pediu a "todas as pessoas presentes na Cidade de Gaza" que sigam para o sul da Faixa utilizando "corredores de segurança".

Philippe Lazzarini, diretor da UNRWA, alertou que não há mais local seguro no território palestino, governado pelo Hamas desde 2007 e onde 80% dos 2,4 milhões de habitantes foram deslocados.

Entre os deslocados, está Um Nimr Al Amal, que fugiu da Cidade de Gaza com a família. "É a 12ª vez [que fugimos]. Quantas vezes devemos suportar? Mil vezes? Onde vamos terminar? Não tenho mais energia, não consigo mais", disse à agência AFP.

Quatro palestinos morreram nesta quarta-feira em bombardeios israelenses em Nuseirat, centro do território, e dois morreram em Khan Yunis, sul, segundo fonte médicas.

Bombardeio em escola

Na terça-feira (09), ao menos 29 pessoas morreram, incluindo crianças, em um ataque israelense contra uma escola em Abasan, perto de Khan Yunis, segundo uma fonte médica e o Hamas.

"Estávamos sentados perto da porta da escola quando, de repente, foguetes atingiram um grupo de pessoas. Estas pessoas não estavam armadas, não eram parte da resistência, todos eram civis", disse Mohammed Sukkar.

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha denunciou um bombardeio "inaceitável" e afirmou que "os civis, em particular as crianças, não devem ficar presos entre o fogo cruzado". A França também condenou o ataque israelense.

Israel e Hamas ainda discordam sobre a maneira de alcançar uma trégua. O movimento palestino flexibilizou suas exigências, mas acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de bloquear as negociações.

As negociações para um cessar-fogo e a libertação dos reféns devem ser retomadas nesta quarta-feira no Catar, com a participação do diretor da CIA e do chefe dos serviços de inteligência de Israel

*Com AFP

Edição: Rodrigo Durão Coelho