RESTRIÇÕES

Haddad diz que apostas são 'pandemia nacional' e anuncia que Fazenda deve suspender jogos irregulares

Empresas não cadastradas serão suspensas pelo ministério, que defende regras sobre publicidade e endividamento

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Empresas de jogos que operarem no Brasil sem autorização podem receber multas de até R$ 2 bilhões - Joédson Alves/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta terça-feira (17), que as apostas online são um problema social grave no país hoje, e que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai tomar medidas para tentar contê-lo.

"Isso virou um problema social grave e nós vamos enfrentar", disse ele. "Tem a ver com a pandemia que está instalada no país. É a dependência psicológica dos jogos."

Haddad falou sobre as apostas horas após o governo publicar uma portaria prevendo a suspensão do funcionamento dos sites desse tipo de jogo que não estiverem devidamente regularizados no país. Os sites serão retirados do ar a partir do dia 11.

Empresas de jogos que operarem no Brasil sem autorização podem receber multas de até R$ 2 bilhões, segundo a portaria.

Segundo Haddad, após a restrição do funcionamento, o governo vai agir para disciplinar a propaganda feita por sites de apostas e até a forma de pagamento dos jogos.

"Está começando hoje uma ação governamental para passar tudo isso a limpo. A regularização é uma etapa, a questão da publicidade é outra, a questão da não utilização do cartão de crédito, do fiado para jogar. Temos que salvaguardar as famílias", afirmou.

O ministro afirmou que sua pasta tratará das apostas numa ação conjunta com o Ministério da Saúde. Segundo Haddad, a associação dos órgãos é necessária para dar conta de uma realidade preocupante.

"Há muitos relatos de problemas que estão chegando. Toda e qualquer forma de dependência tem que ser combatida pelo Estado", disse ele.

O secretário de Prêmios e Apostas da Fazenda, Regis Dudena, citou também preocupações do governo com o envolvimento dos sites com o crime.

"Têm vindo à tona muitas operações policiais envolvendo empresas que atuam no mercado de apostas de forma criminosa. Queremos separar o joio do trigo", disse. "Queremos proteger a saúde mental, financeira e física do apostador, coibindo a atuação de empresas que utilizam as apostas esportivas e os jogos on-line como meio de cometer fraudes e lavar de dinheiro."

Edição: Martina Medina