Análise

Dilma diz que 2018 será oportunidade para país retomar a democracia

“Não há como aprovar mais medidas antipopulares, como a reforma da Previdência, elas não passam”, frisou a ex-presidenta

|
Dilma disse que o golpe atual, midiático, parlamentar e institucional, “mata de fome e leva à miséria”
Dilma disse que o golpe atual, midiático, parlamentar e institucional, “mata de fome e leva à miséria” - Roberto Stuckert Filho

A ex-presidente Dilma Rousseff disse, nesta quarta-feira (15), no parlamento da União Europeia, em Estrasburgo, França, que em 2018, com as eleições para presidente, a sociedade brasileira terá a oportunidade de interromper o golpe em curso no país, que começou como o impeachment sobre seu mandato, aprovado pelo Senado em agosto de 2016.

Dilma disse que para as elites, as eleições do próximo ano podem representar a terceira etapa do golpe, para prosseguir a agenda de reformas neoliberais. “Não há como aprovar mais medidas antipopulares, como a reforma de Previdência e a venda da Petrobras, elas não passam”, destacou.

Dilma discursou durante 18 minutos, e além de dizer sobre a importância do voto popular para o país retomar a democracia, destacou que a esquerda não tem um Plano B, que o seu único plano é disputar as eleições com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante sua fala, Dilma comparou o golpe civil-militar de 1964 com o atual golpe institucional, parlamentar e midiático. Segundo ela, enquanto o golpe anterior lançava mão da força da repressão, o golpe atual “mata de fome e leva à miséria”.

A ex-presidente disse que o pedido de impeachment, apresentado em março de 2015, surgiu para desestabilizar o seu governo e colocar no Planalto uma pessoa que não teve votos. “A segunda etapa do golpe (depois do impeachment) é executar o programa neoliberal, que muda as relações de trabalho”, afirmou, referindo-se ao decreto do governo Temer que tentou acabar com a fiscalização do trabalho análogo à escravidão.

Dilma citou também a venda de terras a estrangeiros, que também consta da agenda de Temer, e o fim de licitação em venda de patrimônio público. “Esse programa não tem mandato popular. A eleição (de 2014) foi tensa porque havia dois projetos a serem discutidos”, afirmou.

Edição: RBA