Editorial

8 de março, dia de luta das mulheres

8 de março, dia de luta das mulheres

Redação |

Para uma parcela da sociedade é uma data de comemorações e festejos, já para grande parte da classe trabalhadora é um dia de luta e de debates sobre a situação das mulheres no Brasil

 

08/03/2016

Editorial Brasil de Fatof)

   

Sim, sentimos a desigualdade entre homens e mulheres e ela se expressa na menor disponibilidade de empregos para nós, na menor remuneração do trabalho, em níveis desadequados de saúde e bem estar, no trabalho não remunerado e muitas vezes não reconhecido, na participação reduzida nas decisões, na violência sexista e na exploração sexual.

As diferenças entre homens e mulheres não são apenas de “papéis” a cumprir na sociedade. Existe uma relação de dominação de um sexo pelo outro e essa dominação não é apenas ideológica ou cultural, ou seja, não pode ser mudada apenas com uma “mudança de mentalidades”, embora isso seja fundamental.

Divisão sexual do trabalho

A desigualdade possui uma base material, que é a divisão sexual do trabalho, e sobre isso vale a pena refletirmos. Historicamente, foram determinadas práticas diferentes para homens e mulheres com valores distintos. Assim, aos homens coube o espaço público e o trabalho produtivo, enquanto elas foram atreladas à esfera privada e ao trabalho reprodutivo. Essa divisão sexual do trabalho baseia-se em dois princípios: separação, pois existem “trabalhos masculinos” e “trabalhos femininos”, e hierarquização, já que um trabalho de homem “vale” mais do que o de mulher. 

Por conta dessa divisão, quando as mulheres vão para o mercado de trabalho, seu salário é considerado um “complemento” à renda obtida pelo homem, justificando que até hoje as trabalhadoras recebam menos por trabalhos iguais.  

Desde o ano 2000, as mulheres são maioria na população brasileira e, segundo dados do IBGE de 2010, 37,3% dos lares brasileiros têm uma mulher como a principal responsável “pelo sustento da casa e da família”, mesmo que este sustento muitas vezes venha de trabalhos informais.

Participe

Essas e muitas outras situações cada vez mais estão sendo debatidas por coletivos de mulheres que, compreendendo seu papel, vão à luta. Vão a luta por melhores condições de vida e por mais participação política. Neste sentido, no próximo dia 8, as mulheres estarão debatendo e se mobilizando em todo o Brasil, inclusive no Rio de Janeiro. Participe você também!

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