“Sujeitos matáveis” também são policiais, pois são os que vão para o combate
Na última semana a imprensa divulgou o saldo de mais uma operação policial em Acari. A polícia disse que o resultado da ação com cinco mortos “foi positivo”. Como alguém pode ver positividade em algo que resultou em mortes?
As polícias do Rio de Janeiro (em especial a militar) aceitaram o rótulo de “inseticida social” e estão cegas sobre o que estão fazendo. Os policiais, principalmente os formados recentemente, deveriam estar ao lado daqueles que querem um novo tratamento do Estado brasileiro.
A imprensa, que deveria cumprir o papel de elevar o debate, prefere tratar o assunto de maneira rasa, durante todos esses anos. Assim vamos sempre discutir sobre o traficante de fuzil nos becos e vielas, e não os custos da proibição.
Tenho certeza que tais custos não são discutidos justamente por terem vidas de “sujeitos matáveis” envolvidas. Esses “sujeitos matáveis” também são policiais, pois são os que vão para o combate. Na maioria das vezes, eles saíram de localidades iguais as que eles estão combatendo.
Os moradores de favela, que estão entrando na adolescência, com todos os hormônios aflorando, adrenalina a mil, com facilidades da sociedade consumista, são as maiores vítimas desse sistema.
Ou se legalizam as drogas ou iremos ver a polícia entrar nas favelas para fazer o que vem fazendo todos esses anos: matar, prender, apreender, se corromper, morrer, e muito mais.
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