Cerca de 1 mil militantes estão acampados nas imediações do Teatro Nacional, em Brasília (DF), para uma vigília que acompanha o processo de votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Na ação ocorre uma série de atividades com artistas e debates com deputados, senadores, jornalistas, economistas e professores.
O acampamento foi organizado pela Frente Brasil Popular, que reúne movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
Na tarde desta segunda-feira (11), os manifestantes fazem a primeira concentração. Eles descem até o Congresso Nacional para acompanhar a votação do relatório do deputado Jovair Arantes (PDT-GO), na comissão que analisa o processo de impeachment da presidenta. “Renan Calheiros, Michel Temer e Eduardo Cunha não atendem a demanda popular do Brasil e se eles assumirem tudo tende a piorar”, afirma Alexandre Conceição, integrante da coordenação nacional do MST.
O governo brasileiro, segundo Alexandre Conceição, deve reagir. “É preciso mudar a política econômica para uma política que represente a sociedade brasileira, os setores populares, e não os partidos interessados no impeachment. Estamos vivendo uma crise estrutural grande, que não se resolverá com o sim ou não desse processo”, apontou.
Além do acompanhamento do processo na Câmara, a Frente Brasil Popular também tem entre as atividades do acampamento, o “Abril Vermelho”, que lembra os 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, e do ressente ataque a um assentamento do MST, no Paraná, que vitimou dois militantes.
“Além da luta contra o golpe, continuamos com a luta pela terra, dos 20 anos dos Carajás e dos nossos companheiros que sofreram no Paraná. Inclusive, vamos lançar um caderno do conflito agrário”, explicou Conceição.
Entre os presentes no acampamento, a Frente Brasil Popular confirmou a presença das deputadas federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Erika Kokay (PT-DF), do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), do rapper Gog, do economista Marcio Porchman, do teólogo Leonardo Boff e do coordenador nacional do MST João Pedro Stedile.
No dia 15 de abril, também estão programadas paralisações em todo o país. “É importante demonstrarmos a força para os golpistas. Dizer que se eles aprovarem o impeachment, eles não vão ter sossego, eles não vão exportar um grão de soja para a China. Nós vamos parar a produção desse país”, diz Alexandre.
Edição: ---