Legislativo

Em Curitiba,vereador acusado de fraudar votação renuncia e pode escapar de julgamento

Com a renúncia, há chances de que o Pastor Valdemir Soares (PRB) possa concorrer às próximas eleições municipais

Curitiba (PR) |
Valdemir Soares (PRB) em discurso na Câmara de Vereadores
Valdemir Soares (PRB) em discurso na Câmara de Vereadores - Chico Camargo/CMC

Após ter sido alvo de denúncia de fraude em votação na Câmara Municipal do dia 31 de março, o vereador Pastor Valdemir Soares (PRB) renunciou ao cargo na última quarta-feira (6). As câmeras de vídeos da Casa registraram o momento em que o Pastor se movimenta em direção ao botão de votação da sua vizinha de bancada, Julieta Reis (DEM).

Os votos dos dois vereadores aparecem em seguida no quadro do plenário, porém, Julieta Reis não estava na Câmara no momento da votação. Caso estivesse presente, afirmou que não teria votado a favor do projeto em discussão, que tratava de um abono de faltas de professores da administração municipal.

O Pastor Valdemir Soares negou ter votado pela parlamentar, e garantiu tratar-se de problemas técnicos. Já o presidente da Câmara, vereador Ailton Araújo (PSC), afirmou não haver possibilidade de falhas técnicas. A denúncia pela apuração dos fatos partiu da vereadora Julieta Reis, na terça-feira (5).

Impunidade

Até o fechamento desta edição, a assessoria de comunicação da Câmara informava que a Mesa Diretora da casa ainda analisa a possibilidade continuidade do processo investigatório. Caso tenha sequência, o trâmite de investigação e julgamento devem durar no máximo três meses, conforme a Lei Federal que dispõe sobre a responsabilidade dos prefeitos e vereadores. Se fosse comprovada a fraude, o vereador seria caçado e perderia o mandato e os direitos políticos por oito anos. Com a renúncia, há chances de que o Pastor possa concorrer às próximas eleições municipais.

Professora Josete, vereadora autora do tema em votação naquela sessão, classifica a postura do vereador como lamentável, demonstrando uma total falta de ética e de honestidade. "É mais um exemplo negativo nesse momento já de crise”, afirma. Ela relembra o papel questionável que Valdemir Soares já havia assumido no escândalo envolvendo João Cláudio Derosso.

Segundo a vereadora, Soares foi um dos vereadores que protegeu o ex-presidente da câmara. “Ele [Soares] era da comissão de ética na época, e emperrou o processo, não deixava tramitar, para protelar uma definição em relação à cassação do vereador Derosso”.

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