Um é Marcelo Aro (PHS-MG), diretor de ética da CBF, o que é autoexplicativo
O gigantesco espetáculo circense protagonizado por deputados e deputadas federais de todos os cantos do país, evocando Deus e a família, possui dois personagens curiosos e que tem envolvimento com futebol.
Um deles é Marcelo Aro (PHS-MG), diretor de ética da CBF, o que é autoexplicativo, e membro da Comissão Especial do Impeachment. Durante a sessão da comissão que debateu a aprovação do relatório final, fez uma fala inflamada contra a corrupção, exibindo uma foto do ex-presidente Lula vestido como presidiário.
O outro é o próprio autor do relatório desta comissão. O deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo, foi dirigente do Atlético-GO. O mesmo que condenou Dilma por má gestão dos recursos saiu do clube rubro-negro de Goiânia após péssima gestão, que endividou ainda mais o clube.
Por um lado, Marcelo Aro não pode exibir o retrato de seu parceiro e chefe Marco Polo Del Nero, sob pena de ser inquirido pelo FBI sobre suas relações com o dito cujo e também ser impedido de viajar para fora do país.
Jovair, por sua vez, é o sujeito que, por debaixo dos panos, enfiou um artigo anistiando dirigentes de clubes de futebol que possam vir a ser punidos por má gestão, isentando seus patrimônios pessoais de penhora, em uma MP que tratava de outro assunto. Teve seu artigo vetado por Dilma, o que explica seu “relatório”.
Para piorar, Dilma foi entusiasta do Profut, que trata do extremo oposto da manobra de Jovair. É compreensível que o sujeito esteja “temeroso”.
Ao mesmo tempo, a CBF tem o retorno de seu comandante Del Nero. Seu comitê de reformas, composto pelos cacarecos do futebol brasileiro, aprovou uma redução de três datas nos estaduais.
Assim, faz caber mais datas para a Primeira Liga, mas não resolve questões centrais do calendário, como a coincidência com as “datas-FIFA” e o excesso de jogos por temporada. Ou seja, não resolveu nada.
Não é surpreendente?
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