Política

Alta cúpula do governo paranaense é investigada por escândalos de corrupção

Levantamentos do Instituto Paraná Pesquisas colocam Beto Richa entre os piores governadores do país

Curitiba (PR) |
Beto Richa (PSDB) é um dos citados nas investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, na "Operação Quadro Negro"
Beto Richa (PSDB) é um dos citados nas investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, na "Operação Quadro Negro" - AEN

A “Operação Quadro Negro” investiga desde julho de 2015 o desvio de pelo menos R$ 20 milhões que seriam destinados a obras em escolas estaduais no Paraná. A alta cúpula da política paranaense é suspeita de estar envolvida no esquema, que pode ter servido para financiar a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB).

O próprio governador é um dos citados nas investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. Juliano Borguetti, irmão da vice-governadora, e Pepe Richa, irmão de Beto Richa, também foram citados. Outros acusados são: Ademar Traiano (PSDB), presidente da Alep, Plauto Miró (DEM), primeiro secretário, Durval Amaral, conselheiro do Tribunal de Contas, e seu filho Tiago Amaral (PSB).

Entre as tentativas de continuar as investigações está a da bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) em criar uma CPI para apurar este esquema de corrupção nas obras de escolas. 

Outros crimes

No dia 23 de março, a Polícia Federal apreendeu planilhas da Odebrecht com valores destinados a mais de 200 políticos de 24 partidos. Richa e outros tucanos estão entre eles. Não é possível afirmar se são doações legais ou caixa dois de campanha. Mas, o que chamou a atenção foi o silêncios dos meios de comunicação para a divulgação do nome do governador.

A Procuradoria Geral da República (PGR) também investiga o governador pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. As acusações são resultado da “Operação Publicano”, em que o Gaeco investiga esquema de corrupção na Receita Estadual. A estimativa é de que cerca de R$ 1 bilhão de reais deixaram de ser recolhido aos cofres públicos.

O auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, delator do esquema, afirmou que parte do dinheiro desviado abasteceu os cofres da campanha à reeleição de Beto Richa em 2014. Segundo ele, Luiz Abi Antoun, parente do governador tucano, era quem mandava na Receita Estadual do Paraná, sendo responsável pelas indicações aos cargos de alto escalão. Preso desde de janeiro de 2015, Souza recebeu ameaças de morte após as revelações.  

Popularidade

Levantamentos divulgados pelo Instituto Paraná Pesquisas no dia 31 de março confirmam que Beto Richa continua no topo do ranking dos piores governadores do país. O tucano tem 70,9% de desaprovação e 61,7% dos entrevistados disseram que a administração estadual está pior do que o esperado. 

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