Os trabalhadores do Rio de Janeiro voltam às ruas nessa sexta-feira (29) para mais um grande ato nos Arcos da Lapa, no centro, a partir das 17h. Como principal pauta, a atividade “Trabalhadores por democracia e mais direitos” denuncia a tentativa de golpe contra a presidente Dilma Rousseff, através do processo de impeachment, e contra o retrocesso apontado por ele como a retirada de direitos dos trabalhadores. A manifestação é organizada pela Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, que reúnem um conjunto de movimentos populares, e contará também com apresentações culturais.
Para essas organizações, o impeachment da presidente Dilma seria um golpe à democracia, já que ela foi eleita com 54 milhões de votos e que os resultados das urnas devem ser respeitados. Os motivos legais para a destituição também são questionados, já que Dilma Rousseff também não responde a nenhuma denúncia de crime, diferentemente de vários deputados que votaram a favor impeachment, dentre eles Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é investigado em pelo menos cinco processos no Supremo Tribunal Federal.
“O momento é de ocupar as ruas. Só a mobilização popular pode barrar o golpe. Michel Temer [como presidente] seria um grande retrocesso para os direitos dos trabalhadores e ele tem anunciado isso”, denuncia Ronaldo Leite, presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e integrante da Frente Brasil Popular. E o movimento não é apenas daqueles que estão na base do governo. Oposição ao governo Dilma, Rose Cipriano lembra que a mobilização da próxima sexta-feira (29) é em defesa de direitos e da democracia. Ela avalia os efeitos de um possível governo de Michel Temer.
“A flexibilização da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) significaria que os patrões poderiam negociar direitos consolidados como férias, 13º salário e outros”, denuncia Rose, que é diretora do Sindicato dos Profissionais de Educação de Duque de Caxias (SEPE) e integra a Frente Povo Sem Medo.
Outra forte denúncia feita pelos movimentos populares é o fato de Dilma estar sofrendo uma série de ataques por ser mulher, caracterizando, assim, além de um movimento golpista, um movimento machista. “Foram os governos de Lula e Dilma que trouxeram o debate sobre as mulheres, a população negra, os LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), deficientes físicos, que compõem uma parcela da sociedade que estava esquecida e sofrendo com isso. Se abrir o debate incomodou, imagine uma mulher estar na presidência”, questiona Camila de Melo, da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Ato em Madureira
No dia primeiro de maio, Dia Internacional do Trabalhador, outro ato ocupará o Parque Madureira para dialogar com a população. A atividade é organizada pela Frente de Esquerda Socialista e terá início a partir das 15h. Entre as pautas estão: contra os ajustes fiscais do PT, PMDB e PSDB; e o apoio à luta dos servidores estaduais. “Denunciamos também a falsa alternativa que representa o impeachment, vendido pelos setores conservadores e que aprofundam a retirada de direitos dos trabalhadores”, destaca Talíria Petrone, militante feminista.
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