Cerca de 500 representantes de creches comunitárias cobraram um repasse maior da Prefeitura de Belo Horizonte. Em audiência na Câmara na última semana, o Movimento de Luta Pró-creches (MLPC) questionou o reajuste de 2016, que deve ser de 6,4%, valor abaixo da inflação que somou 10,6% em 2015. O baixo repasse, segundo o movimento, está causando desabastecimento de comida e precarização das condições de trabalho.
“Não conseguimos pagar o piso nem a dez professores da creche”, diz Maria Lupes, presidente do MLPC. Ela afirma que as professoras estão trabalhando cerca de 10 horas por dia, com turmas de 30 crianças, e não possuem auxiliar de turma. Maria também relata que a queda do repasse teve impacto também na alimentação, e que chegou a faltar comida em alguns meses.
Audiência sem resultado
Segundo o MLPC, a prefeitura não compareceu à audiência pública realizada na segunda (25), mas enviou ofício afirmando que não há possibilidades de repensar o reajuste. O movimento pede agora que seja realizada uma reunião com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) para solucionar o impasse.
Creches conveniadas
As creches conveniadas são instituições privadas, filantrópicas, comunitárias ou confessionais, que atendem 25 mil crianças de 0 a 6 anos na capital. Os convênios se dão por meio da Secretaria Municipal de Educação e, de acordo com a prefeitura, a verba repassada às creches tem reajuste anual. Em 2015 o valor com reajuste, foi de R$ 109 por criança de 4 a 6 anos em tempo parcial e R$ 520 para as crianças de 0 a 2 anos em período integral.
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