Há três anos, o jornal Brasil de Fato circula pelas ruas do Rio de Janeiro trazendo uma visão popular dos fatos aos cariocas. Distribuído de forma gratuita em locais de alta circulação de trabalhadores, como metrô, central de ônibus, trens e barcas, o jornal se consolida como referência na capital e região metropolitana, disputando espaço com os grandes veículos de comunicação da cidade. Em seu terceiro ano de circulação, o tabloide, que começou com uma edição semanal e passou a circular duas vezes por semana, será ampliado em breve para três edições semanais. Até o final do ano, a expectativa é de que o jornal passe a circular diariamente.
Lançado no 1º de maio de 2013, dia do trabalhador, o Brasil de Fato RJ foi criado a partir da articulação de movimentos populares e organizações políticas com o objetivo de pautar as demandas locais e cotidianas da população. Entre os principais organizadores está o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que forma o conselho editorial do jornal com outras organizações. Anterior à edição regional, existia um Brasil de Fato que circulou nacionalmente por 12 anos nas principais capitais, desde 2003.
“O lançamento do regional no Rio foi um passo a mais para dialogar com as demandas locais. A ideia era lançar um jornal bonito, enxuto, que as pessoas tivessem gosto de ler e se identificassem com as pautas, que vão desde futebol, comida, novelas até discussão sobre política nacional”, explica Joaquin Piñero, membro da coordenação nacional do MST, acrescentando que o Brasil de Fato carioca inicia atividades em meio às reivindicações de junho de 2013, em que a população pediu principalmente por transporte público de qualidade, fim da violência nas favelas e garantia de direitos.
O tabloide carioca foi o primeiro da série de regionais do Brasil de Fato que estão se espalhando pelo país. Hoje há edições impressas também em Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Ceará. “É um projeto nacional de fazer jornal popular. Aqui no Rio temos grande receptividade das pessoas, dá para perceber no momento da distribuição: muitos voltam para pegar quando veem que é o Brasil de Fato e outros sugerem pautas que gostariam de ler. Certa vez, atrasamos a distribuição e no dia seguinte várias pessoas perguntaram preocupadas sobre o que tinha acontecido”, lembra Rodrigo Marcelino, integrante da Consulta Popular.
Hoje, para que o tabloide passe a ter três edições semanais e aumente a tiragem para 100 mil exemplares, o Brasil de Fato conta com o apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro RJ), Central Única dos Trabalhadores (CUT RJ), Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge RJ), Prefeitura de Maricá, além de novos apoiadores como o PC do B, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e Sindicato dos Trabalhadores dos Empregados do Comércio (SEC-RJ). Além das articulações políticas, o projeto do Brasil de Fato no Rio se tornou possível também pelo suporte que recebeu do comicador popular Vito Giannotti, membro do conselho editorial do jornal, falecido em 2015. "Seu nome é um grande exemplo que nos inspira cotidianamente. Vito atacava em cárias frentes: ensinava sobre jornalismo nas reuniões de pautas. conhecia praticamente todas as fontes dos movimentos populares do Rio e ainda contrbuía semanalmente com adistribuição dos jornais ãs 5h da manhã na Tijuca", conclui a editora do Brasil de Fato do Rio, Vivian Virissimo.
Reunindo o conteúdo dos tabloides impressos, o Brasil de Fato conta também com uma versão online, que é abastecida com notícias de todo o país. No último mês a página online (www.brasildefato.com.br) foi reformulada e passou a apresentar novos aplicativos, agenda das lutas populares e um ambiente mais interativo.
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