Manifestações

Rede Globo é alvo de protestos no Rio de Janeiro

Frente Brasil Popular e FNDC realizam dia nacional de luta contra a manipulação da mídia

Rio de Janeiro |
Aumentam protestos contra a Globo nas ruas e nas redes sociais
Aumentam protestos contra a Globo nas ruas e nas redes sociais - Divulgação

Desde o início da crise política brasileira, a população tem demonstrado insatisfação com a cobertura jornalística da Rede Globo. A indignação pode ser vista nas ruas, em manifestações contra a emissora, e também em campanhas espontâneas nas redes sociais. Com a expressão #DesligaaGlobo, internautas estão postando centenas de comentários, vídeos e dicas de textos e filmes que denunciam a forma tendenciosa com que a emissora passa as informações.

“Pensemos sem essa grande máquina de controle social, cultural, político e econômico”, diz a internauta Lívia Moreira.  

“A Globo está fazendo grande esforço para dar a entender ao público que se o Temer assumir não é golpe e que essa é a única solução para a crise”, publicou Alvaro Maciel. 

“Tem meia dúzia de jornalistas elitistas brasileiros falando que não é golpe. Mas, o pior é que tem um pessoal que acredita na Rede Globo”, escreveu Li Cadore, também usando a hashtag #‎desligaaglobo‬.

Diante de tamanha insatisfação da sociedade, a Frente Brasil Popular, que reúne diversos movimentos populares, organizações de coletivos de jornalistas e comunicadores e sindicatos de trabalhadores, decidiu realizar nesta quinta-feira (5) um dia nacional de protesto contra a Globo. 

Mais de 10 estados brasileiros estão preparando atividades que provoquem o debate e a reflexão sobre a manipulação da grande imprensa. 

Ato na Central

No Rio de Janeiro, será realizado um ato cultural, em frente à Central do Brasil, a partir das 16h. Terá música, apresentação de teatro, exibição de filmes e projeções de imagens. Também haverá uma aula pública com a jornalista Beth Costa, que durante muitos anos foi presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o professor e doutor em comunicação pela UFRJ, Gustavo Gindre, também integrante do coletivo Intervozes, que reúne comunicadores populares.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) também é um dos organizadores desse evento.  “Queremos denunciar a manipulação da informação e essa cultura da mídia golpista”, destaca Orlando Guilhon, membro da executiva nacional do FNDC.

Monopólio

Além da manipulação, outro tema que está em foco é a questão do monopólio da mídia. Menos de 10 famílias controlam quase toda a informação que circula no território brasileiro. Entre as mais poderosas estão os Marinho (Organizações Globo), Abravanel (SBT), Sirotsky (RBS), Civita (Abril), Macedo (Record), Frias (Folha de S. Paulo), Levy (Gazeta Mercantil), Mesquita (O Estado de S. Paulo) e Saad (Rede Bandeirantes). 

Essa concentração da informação na mão de poucos empresários não é positiva para o país e para a democracia, argumentam os especialistas da área. “A Globo passa essa ideia do pensamento único, parece que toda a população pensa igual sobre a política. Tem uma parte da população que não aceita e não quer o impeachment”, afirma Orlando Guilhon. 

Ele também diz que a emissora tem dois pesos e duas medidas quando o tema é manifestação. “A Globo impulsiona os protestos contra a Dilma, dando ampla cobertura, e ao mesmo tempo invisibiliza as manifestações contra o golpe, em apoio à presidente”, denuncia Guilhon.

 

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