É impressionante como a CBF despreza o próprio campeonato
Saiu a convocação da seleção brasileira para a Copa América Centenário, que será disputada nos Estados Unidos, com sete jogadores que atuam no futebol nacional.
Desses sete, três fazem parte da mesma equipe. O Santos mandará para a competição o meia Lucas Lima e os atacantes Ricardo Oliveira e Gabriel.
Não trataremos do mérito dos três, mas falemos das reclamações à imprensa do presidente do Santos, Modesto Roma, pelas nove rodadas em que o time ficará desfalcado no Campeonato Brasileiro.
Desde o ano passado, todos já sabiam que a principal competição do país não seria paralisada para a disputa, tanto da Copa América, quanto dos Jogos Olímpicos. Apesar do atraso das reclamações, as queixas são justas.
É impressionante como a CBF despreza o próprio campeonato. Como ela não tem nenhum apreço por um “produto” seu. Ao dar infinita prioridade à seleção, desprestigiando o futebol praticado por aqui, a entidade se mostra incapaz de conduzir as mudanças necessárias no esporte dentro do país.
É urgente o fim da coincidência de datas entre os campeonatos aqui disputados e os jogos da seleção por duas razões.
A primeira é a mais óbvia e alvo das reclamações de Modesto Roma. A seleção tira os melhores jogadores do campeonato, diminui o espetáculo e prejudica o clube que cede jogadores à seleção.
Outra razão é o desprestígio da própria seleção. Com a coincidência de jogos com o campeonato e a crise pela qual atravessa a equipe que representa o Brasil, o torcedor terá poucas dúvidas em optar por ver seus clubes em competição.
Mas, para a CBF, é preciso acomodar os interesses do seu colégio eleitoral, as nossas jabuticabas, as federações estaduais. Elas exigem um número generoso de datas para campeonatos sem graça, que valem alguma coisa só no final. Quando valem.
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