A comissão especial que analisa o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff aprovou nesta sexta-feira (6) o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) por 15 votos favoráveis a 5 votos contrários. O relatório recomenda o afastamento da presidenta Dilma Roussef, que será julgada por crime de responsabilidade.
O documento será então encaminhado ao plenário do Senado, que julgará sua admissibilidade na próxima quarta-feira (11). Para ser aprovado, o processo precisa dos votos da maioria dos senadores presentes, ou seja, de 41 votos. Caso isso se concretize, a presidenta será afastada por 180 dias e o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) assumirá o cargo interinamente.
Os votos foram eletrônicos, mas as lideranças dos partidos e das bancadas puderam se manifestar. “O que está acontecendo aqui é inacreditável, é uma vergonha. Eles [membros da oposição] defendem o impeachment desde que a presidenta foi eleita”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele comentou ainda que os créditos suplementares, que integram a denúncia contra a presidenta, não aumentaram “um centavo nos gastos do governo”.
Segundo o senador petista, o impeachment é uma tentativa de “criminalizar uma política anticíclica”. “Saímos de cabeça erguida dessa votação, porque vocês querem condenar uma política que tirou milhões da miséria. Presidenta Dilma, a história vai lhe absolver”, completou Lindbergh.
Quem votou não
Somente os senadores do PT, do PC do B e do PDT foram contrários ao relatório. Já os deputados dos partidos PP, PSC, PV, PSB, PMDB, PSD, DEM, PTB, PSDB e PR foram favoráveis ao processo. Para o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), “o que estão chamando de crime é apenas um pretexto para tirar a presidenta da República”, disse.
Costa criticou a escolha dos senadores que participaram da comissão especial. Ele acredita que no plenário o placar será diferente. "Aqui na comissão, são senadores favoráveis ao impeachment, escolhidos a dedo. Ainda não podemos garantir a vitória, mas acredito que lá na frente vamos poderemos comemorá-la”.
Após a votação, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), ex-ministra da Cultura do governo Dilma, disse que “a democracia venceu”. Questionada sobre a votação no Senado, Marta disse que a admissibilidade do processo “será de lavada”. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que, no plenário do Senado, “chegaremos próximo aos 60 votos”, garantiu.
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