A presidente brasileira Dilma Rousseff disse, nessa quinta-feira (5), em entrevista à emissora Telesur que as acusações para o impeachment "não tem base jurídica" e que a democracia é o “lado certo da história”.
Dilma afirmou ainda que está sendo acusada por questões de "administração orçamentária que não são base para afastar um presidente". A mandatária declarou que as acusações são “fracas” e que ela representa a prova de uma "injustiça em andamento".
“É muito fraca a acusação e, porque é fraca, tudo que eles [oposição] gostariam é que eu renunciasse porque eu sou a prova de que estão cometendo uma injustiça. De certa forma, todos sabem que tem uma injustiça em andamento, e isso é muito difícil de lidar politicamente”, disse.
“Podem continuar investigando, tenho mais de dois anos de investigação nas costas e ninguém nunca provou que eu recebi um centavo sequer de dinheiro público desviado para mim”, complementou.
Dilma atribuiu o processo de impeachment a setores da direita que, segundo ela, querem ir contra a vontade de 54 milhões de pessoas que a elegeram nas últimas eleições.
A presidenta afirmou também que estão substituindo os golpes militares que ocorriam em décadas passadas por golpes parlamentares na América Latina, o que ocorreu em outras nações e agora se tenta fazer em seu país.
No caso do Brasil, segundo ela, a perda da democracia seria grave, pois resultaria na perda de direitos conquistados. A própria democracia, lembrou a mandatária, "foi um processo de luta muito intensa". Por isso, de acordo com Dilma, os movimentos sociais devem continuar lutando para impedir retrocessos.
“Não podemos deixar de lutar. Acho que a América Latina tem experiência suficiente para saber [para] onde mais nós não podemos ir e saber que a democracia é o lado certo da história, não é o lado errado”, afirmou a presidenta. “Pelo contrário, golpista é o lado errado da história”, declarou.
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