Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

Agrotóxicos

“O glifosato é o maior escândalo sanitário da história”, diz documentarista

Marie-Monique Robin, que dirigiu "O mundo segundo a Monsanto", critica modelo baseado em veneno e monocultura

10.maio.2016 às 08h38
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h35
Córdoba (ARG)
Resumen Latinoamericano/ La Mañana
Confira a íntegra do documentário ao final da entrevista

Confira a íntegra do documentário ao final da entrevista - Confira a íntegra do documentário ao final da entrevista

A jornalista e documentarista francesa Marie-Monique Robin, autora do “O mundo segundo Monsanto”, esteve na cidade de Córdoba, no centro da Argentina, e visitou o acampamento de Malvinas Argentina, que resiste à instalação de uma empresa da Monsanto. Ela também conheceu o grupo de mães do bairro Ituzaingó, que lutam por justiça em relação aos casos de câncer na região que são atribuídos às fumigações.

Durante a sua estadia, Marie apresentou seu filme “Agroecologia: as coletas do futuro”, participou de uma roda de conversa na Universidade de Córdoba e declarou como testemunha da megacausa “La Perla”, em que se investigam delitos de lesa-humanidade durante a última ditadura na Argentina.

Em entrevista ao diário La Mañana, a jornalista opinou sobre o “modelo sojero” [termo usado para denominar o modelo de produção centrado no monocultivo de soja] e os impactos do uso de agrotóxicos na sociedade.

La Mañana – Após a visita ao acampamento Malvinas e o encontro com as Mães de Ituzaingó, que sensações você leva de sua visita a Córdoba?

Marie-Monique Robin – O que vejo é que a sociedade civil, os pesquisadores, os médicos e os cidadãos estão acordando da letargia que os acompanhava há 10 anos, quando vim fazer um documentário sobre o avanço da soja na Argentina. Naquele momento, ninguém se preocupava muito com o que estava se passando. Temos que levar em conta que em 2005, na Argentina, o cultivo de soja ocupava 16 milhões hectares. Hoje são 21 milhões [de hectares].

Quando estive com os vizinhos do bairro Malvinas, e as mulheres me diziam que tinham feito circular o documentário “A vida segundo a Monsanto”, me emocionei. Agora, acho que a luta tem que continuar. Gera-me muita dor olhar o estado em que se encontra o país, onde a poluição é muito forte e o glifosato está em todos os lados: na água, na chuva, no solo, nos alimentos…

Essa tomada de consciência de que está falando se aprofunda com a declaração da OMS [Organização Mundial de Saúde] de que o glifosato é cancerígeno…

A classificação da Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), que depende da OMS, é muito importante. Muitos não compreendem essa classificação, mas há três grupos, e o glifosato está no grupo 2. Significa que todos os estudos realizados em animais demonstraram que ele é cancerígeno. Isso é muito sério.

Normalmente, os governos proibiriam sua utilização. Atualmente, estou preparando um novo documentário sobre o glifosato e, entre suas características, ele é cancerígeno. Além disso, é um perturbador endógeno e atua como um hormônio. Por isso, há tantos casos de crianças que nascem com malformações congênitas e tantos abortos espontâneos. E, por último, o glifosato absorve os metais do corpo. Ou seja, por um lado te intoxica com metais pesados e, por outro, absorve os bons metais, como o ferro, que precisamos para ajudar a aumentar a imunidade do corpo.

Por isso, penso (e não sou a única) que o glifosato é o maior escândalo sanitário de toda a história da indústria química. Não é comum que um agrotóxico tenha todos esses efeitos. Depois da decisão da OMS, tomou-se a decisão de proibir sua venda livre na França, porque se utilizava glifosato até no quintal das casas.

É uma primeira etapa, mas estamos aguardando que se proíba absolutamente (como se fiz com o DDT), porque ele atua até em doses muito baixas. Há que erradicá-lo, porque não se pode controlar nem dosar.

A Argentina está preparada para dar esse passo e proibi-lo num futuro próximo?

As pessoas têm a consciência de que o modelo “sojero” e os transgênicos são um problema à saúde pública e à ecologia. Falta os governos criarem políticas ao respeito e, para isso, há que repensar as políticas de agricultura.

Dificilmente o glifosato será proibido de um dia para o outro. De todo jeito, encontrei com vários “sojeros” [produtores de soja] em Rosário que já não querem utilizá-lo, porque têm problemas com o mato resistente ao glifosato.

Eles também estão preocupados com a saúde, mas apontam que, para isso, faz falta apoio do setor público. Nos Estados Unidos, foi criada uma empresa para apoiar os “sojeros” que querem deixar os transgênicos. Será preciso aprender tudo de novo.

Por 20 anos, a única coisa que se fez foi fumigar, semear e coletar. Aliás, a maioria das pessoas que hoje estão vinculadas aos cultivos de soja não é formada por agricultores, mas empresários que não moram onde se fumigam. Quem tem que dar o primeiro passo para pôr um freio às fumigações com agrotóxicos: a Justiça ou o governo?

Os dois. Ambos são importantes porque é preciso acabar com o modelo. Tudo é importante: a pressão da sociedade civil, a Justiça que toma medidas para convencer os políticos que este modelo é um suicídio coletivo. É preciso pensar não só a curto prazo, mas também ao médio e longo prazo, porque neste momento o que está em risco é a soberania alimentar da Argentina. Hoje temos produtos de exportação que servem para alimentar animais de outros países, e não pessoas. Isso é vergonhoso.

Ultimamente surgiu uma movimentação de pequenos produtores que fomentam a alimentação orgânica, ainda que seja difícil ter acesso a eles e que o custo seja elevado.

Há muitas maneiras de ter acesso aos alimentos orgânicos. É uma questão de organização. Sempre falo que as alternativas existem, mas o consumidor tem um papel muito importante: tem que ser mais consciente do que está comendo e promover as hortas orgânicas, domiciliarias e comunitárias.

Esse é um movimento mundial que hoje em dia está crescendo. Na França, fomenta-se o cultivo em tetos e em terraços. Na Argentina, há um exemplo muito bom na cidade de Rosário [província de Santa Fé], mas o que vejo que aqui está em falta um Sistema de Certificação. Falam-me das feiras francas, mas a gente não sabe se efetivamente são alimentos orgânicos ou não. Por isso, é preciso trabalhar na certificação. 
Assista o documentário "O Mundo segundo a Monsanto"

Tradução: Maria Julia Gimenez

Editado por: Redação
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

MESADA

Bolsonaro diz que deu R$ 2 milhões para custear filho que está nos EUA

ARTIGO 19

Mendonça: redes não podem ser responsabilizadas por postagens ilegais

Protesto

MST realiza atos em Marabá (PA) contra instalação da hidrovia Araguaia-Tocantins

Bolsonarismo

Falta de unidade pode enfraquecer extrema direita nas eleições de 2026, avalia professor

AMAZÔNIA

‘Aproveitam brechas da lei para roubar terras públicas’, diz secretário do Observatório do Clima sobre grileiros

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.