Belo Horizonte

Acampamento pela democracia termina com “Fora Temer”

Em ato político cultural, manifestantes se comprometem a continuar nas ruas em defesa da democracia

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"Hoje estamos mais fortes”, afirmou Beatriz Cerqueira
"Hoje estamos mais fortes”, afirmou Beatriz Cerqueira - Lidyane Ponciano / CUT Minas

Movimentos populares e sindicais, militantes e artistas estiveram, na quarta-feira (11), na Praça da Liberdade para registrar, oficialmente, que continuarão na luta pela democracia. O ato político cultural "Fora Temer" encerrou as atividades do Acampamento pela Democracia, montando no local desde o 1° de maio.

Organizado pela Frente Brasil Popular, o Acampamento reuniu cerca de mil pessoas por dia, com aproximadamente 250 acampados, e renovou as forças daqueles que nunca deixarão de lutar por um Brasil democrático e inclusivo.

Ana Júlia Guedes, do Levante Popular da Juventude, apontou que o governo interino, presidido por Michel Temer, não terá um dia de descanso. De acordo com a estudante, a juventude não reconhecerá esse governo golpista. “A juventude esteve organizada em diversos momentos importantes da história do Brasil, como na época da ditadura militar. É hora de nos mobilizarmos nas escolas, em grupos de teatro, coletivos feministas, de negritude e de LGBTs para lutar mais uma vez pela democracia”, ressaltou.

Presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Beatriz Cerqueira realizou um balanço positivo do acampamento. “Nós lutamos, resistimos e tivemos a ousadia de ocupar um espaço público com unidade entre os movimentos em torno da democracia”, disse.

“Conseguimos debater com a população. Quando dizíamos que era golpe, e nos achincalhavam, continuamos nas ruas. Nos acusaram de coniventes com a corrupção, desqualificaram os nossos pensamentos de esquerda. Passaram a nos hostilizar. Mas, no dia 18 de março, éramos 100 mil pessoas nas ruas de Belo Horizonte. Hoje estamos mais fortes”, completou.

Beatriz citou os projetos conservadores em tramitação no Congresso e reforçou que será preciso muita mobilização social para impedir retrocessos. “A resposta hoje é continuar a nossa luta. Só curtir e compartilhar no Facebook é pouco. As lutas se fazem no local de trabalho, no movimento sindical, no campo, na cidade, nas faculdades”, apontou. Ela completou dizendo que os movimentos não reconhecem o governo Temer e que uma série de atos contra ele estarão na agenda.

Escrachos

No dia 12, o Levante Popular da Juventude e outros movimentos populares realizam atos em sedes do PMDB em todo o país. “Queremos denunciar para a população que o PMDB é o maior partido que neste momento encabeça o golpe” gritaram militantes do Levante na manifestação em Fortaleza.

Em Belo Horizonte, a ação está marcada para 17h.

*Com Rogério Hilário, da CUT Minas

 

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