O Portal Granma, jornal oficial do Partido Comunista Cubano, afirmou rechaçar o golpe parlamentar que acontece no Brasil, conforme nota divulgada nesta quinta-feira (12), em português. Segundo o texto, as forças reacionárias e imperialistas tentam desestabilizar as nações progressistas na América Latina.
Em outro ponto, a nota destaca a suposta legalidade do processo de impeachment que ocorre contra a presidenta democraticamente eleita, Dilma Rousseff, e que há um “golpe parlamentar-judicial”.
Cuba aponta o caráter reacionário do golpe e ameaça a estabilidade e paz das nações latinas, “contrariando o espírito e a letra da Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, assinada na 2ª Cúpula da Celac, em janeiro de 2014 em Havana pelos chefes de Estado e de governo da região”. O Wikileaks apontou a relação entre o presidente interino e o governo estadunidense, nesta quinta-feira (12).
Fechando o texto, opartido que dirige o governo cubano afirma que as forças progressistas dos movimentos sociais combativos, o povo brasileiro e as forças políticas de esquerda não permitirão que o retrocesso seja uma realidade no Brasil.
“O povo brasileiro, as forças políticas de esquerda e os combativos movimentos sociais dessa nação rechaçam o golpe e se oporão a qualquer tentativa de desmontar os importantes programas sociais desenvolvidos pelos governos do Partido dos Trabalhadores, com Lula e Dilma na frente, como 'Bolsa Família', 'Mais Médicos', 'Minha Casa-Minha Vida' e 'Fome Zero', que mudaram a vida de dezenas de milhões de pessoas nesse país.”
Veja o texto na íntegra:
Declaração do Governo Revolucionário de Cuba
O que ocorre no Brasil faz parte da contraofensiva reacionária do imperialismo e a oligarquia contra os governos revolucionários e progressistas da América Latina e o Caribe.
O Governo Revolucionário da República de Cuba tem denunciado de maneira reiterada o golpe de estado parlamentar-judicial, disfarçado de legalidade, que se gera há vários meses no Brasil. Hoje foi consumado um passo fundamental para os objetivos golpistas. A maioria dos senadores brasileiros determinou continuar o processo de julgamento político contra a presidenta legitimamente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, e com isso, afastá-la “provisoriamente” de seu cargo por um período de até 180 dias, em que o Senado deve decidir, mediante o voto de dois terços de seus integrantes, a destituição definitiva.
Trata-se, realmente, de um ardil montado por setores da oligarquia nesse país, apoiados pela grande imprensa reacionária e o imperialismo, com o propósito de reverter o projeto político do Partido dos Trabalhadores, derrubar o governo legítimo e usurpar o poder que não puderam obter com o voto eleitoral.
O que ocorre no Brasil faz parte da contraofensiva reacionária do imperialismo e a oligarquia contra os governos revolucionários e progressistas da América Latina e o Caribe, que ameaça a paz e a estabilidade das nações, contravindo o espírito e a letra da Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, assinada na 2ª Cúpula da Celac, em janeiro de 2014 em Havana pelos chefes de Estado e de governo da região.
Tal como expressou o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros da República de Cuba, general-de-exército Raúl Castro Ruz, no encerramento do 6º Período Ordinário de Sessões da Assembleia Nacional do Poder Popular, em 29 de dezembro passado: “A história demonstra que quando a direita chega ao governo não duvida na hora de desmontar as políticas sociais, beneficiar os ricos, restabelecer o neoliberalismo e aplicar cruéis terapias de choque contra os trabalhadores, as mulheres e os jovens”.
O povo brasileiro, as forças políticas de esquerda e os combativos movimentos sociais dessa nação rechaçam o golpe e se oporão a qualquer tentativa de desmontar os importantes programas sociais desenvolvidos pelos governos do Partido dos Trabalhadores, com Lula e Dilma na frente, como “Bolsa Família”, “Mais Médicos”, “Minha Casa-Minha Vida” e “Fome Zero”, que mudaram a vida de dezenas de milhões de pessoas nesse país.
Dilma, Lula, o Partido dos Trabalhadores e o povo de Brasil contam e contarão sempre com toda a solidariedade de Cuba.
Havana, 12 de maio de 2016
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