Editorial

Temer: um país para poucos

Temer deixou claro que vai aplicar a agenda impopular e ainda por cima afirmou na cara de pau que quer pacificar o país.

Curitiba |
Com poucos dias de gestão, o chefão do golpe já se movimenta com o objetivo de ter o sinal verde do Congresso para sancionar reformas trabalhistas e previdenciárias, necessárias hoje para o capitalismo
Com poucos dias de gestão, o chefão do golpe já se movimenta com o objetivo de ter o sinal verde do Congresso para sancionar reformas trabalhistas e previdenciárias, necessárias hoje para o capitalismo - Latuff

O chefe do golpe, Michel Temer, concedeu entrevista exclusiva no programa Fantástico, da Rede Globo. Foi recebido por grande parte do público aos gritos de “fora golpista”. Independente disso, Temer deu demonstração de arrogância e avisou que não teme ser impopular. Como presidente interino, ele cumpre a missão de colocar em prática a sua “Ponte para o futuro”, que busca realizar o que não foi possível nas duas gestões do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. 

É lamentável, mas previsível, o comportamento da mídia conservadora em relação ao governo Michel Temer, cujo ministério já é considerado um dos piores que a República brasileira já teve. O que se espera agora é que este governo golpista não permaneça por mais tempo. De qualquer forma, Temer e seus seguidores querem apressar o serviço e estão fazendo de tudo para conseguir o apoio irrestrito do Congresso, onde Eduardo Cunha, apesar de afastado da presidência da Câmara dos Deputados, ainda dá as cartas. 

Arrogância 

Temer deixou claro que vai aplicar a agenda impopular e ainda por cima afirmou na cara de pau que pretende pacificar o país. Mentira, pois é impossível pacificar um país tendo nomeado para o Ministério da Justiça uma figura como Alexandre de Moraes, que exerceu a função de secretário de Segurança do governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), marcado por repressões contra o povo.

Na área do Ministério do Exterior, José Serra (PSDB) leva adiante a sua pauta de agrado ao Departamento de Estado dos EUA. O ministro – que participou da venda das principais empresas brasileiras a preço de banana para grupos privados – segue enfurecido com países que consideram o afastamento da Presidenta Dilma Rousseff um golpe de estado.

Chefão do golpe 

Com poucos dias de gestão, o chefão do golpe já se movimenta com o objetivo de ter o sinal verde do Congresso para sancionar reformas trabalhistas e previdenciárias, necessárias hoje para o capitalismo. Neste jogo de cartas marcadas, que busca transformar o Brasil em um país “para poucos”, já se sabe que quem mais vai sofrer com este governo é o povo trabalhador.

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