A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), localizada em Minas Gerais, lançou no início desta semana nas redes sociais a campanha "Por que a gente te incomoda?". A série de fotografias, que contou com a participação de estudantes e funcionários da instituição, tem como objetivo sensibilizar a comunidade acadêmica e a sociedade para o preconceito contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexuais (LGBTTI) e reconhecer seus direitos. A ação foi pensada para marcar o Dia Internacional contra a Homofobia, na última terça-feira (17).
"Queríamos não precisar de uma campanha como essa. Mas, infelizmente, muitos de nós temos que conviver diariamente com diferentes graus de violência no dia a dia", diz trecho do texto de abertura.
Nesta semana, a universidade realiza também a "Semana de Combate à LGBTTIfobia", com palestras, blitz educativa, cine-debate e saraus que ocorrem até esta sexta-feira (20). As atividades pretendem fomentar o debate sobre preconceito e a práticas discriminatórias e das violências sofridas pela poopulação LGBTTI. O evento é realizado pelo Grupo de Pesquisa em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade (Gesed) da Faculdade de Educação, pelo Coletivo da Diversidade Sexual e de Gênero Duas Cabeças, pelo DA Benjamin Colucci (Direito) e pelas diretorias de Ações Afirmativas e Imagem Institucional.
“Em tempos de ataques aos direitos humanos e de articulações fundamentalistas e conservadoras para impedir tais debates, precisamos insistir e lutar no projeto constitucional de uma sociedade democrática, justa e inclusiva”, diz o coordenador do Gesed, Roney Polato de Castro.
Campanha “Livres e Iguais”
O Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia foi lembrado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgou o vídeo “Porque Nós Lutamos”, que mostra os diversos enfoques da luta LGBTI em diferentes lugares do mundo. A data foi instaurada em 1990, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.
O vídeo foi produzido dentro da campanha “Livres e Iguais”, projeto do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em parceria com a Fundação Purpose. O foco é aumentar a conscientização sobre a violência e a discriminação homofóbica e transfóbica nos países, que ainda têm muito a avançar, já que:
- Ser homossexual ainda é considerado ilegal em 75 países;
- Somente 29 nações autorizam o casamento entre pessoas do mesmo sexo (inclusive no Brasil);
- Apenas 12 países é permitida por lei a cirurgia de redesignação de sexo;
- A doação de sangue de pessoas que se declaram homossexual é legalizada em apenas em 19 países.
As informações são do Equaldex, uma base de dados colaborativa sobre direitos LGBT ao redor do mundo.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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