O policial Edward Nero foi absolvido nesta segunda-feira (23) pela Justiça norte-americana de todas as acusações referentes à dentenção e à morte de Freddie Gray, jovem negro morto enquanto estava sob custódia da polícia de Baltimore em abril de 2015.
Nero havia sido acusado por agressão intencional de segundo grau, má conduta em serviço e imprudência temerária durante a detenção de Gray e enfrentava uma pena máxima de dez anos. Entretanto, de acordo com o juiz do caso, Barry Williams, “não havia evidências de que o réu pretendia que o crime ocorresse”.
Um pequeno grupo de manifestantes se reuniu em frente ao tribunal da cidade em protesto ao veredito mas logo se dissipou. Segundo um dos participantes, eles estavam revoltados com o resultado, mas não supresos. "Freddie Gray não se matou. Ele [Nero] deveria ter sido condenado", defendeu um manifestante ao jornal norte-americano New York Times.
Em comunicado divulgado pouco após o veredito, a prefeita democrata da cidade de Baltimore, Stéphanie Rawlings-Blake, disse que o agente passará por uma revisão administrativa pelo Departamento de Polícia. “Pedimos aos cidadãos que sejam pacientes e permitam que todo o processo termine. Estamos preparados para responder qualquer polêmica na cidade”, afirmou ela.
Nero, de 30 anos, é um dos seis policiais de Baltimore que enfrentam processos criminais por terem participado de alguma forma na morte de Gray, que, com as mãos e pés algemados, sofreu graves ferimentos na coluna cervical quando era transportado em uma viatura policial. Ele ficou em coma e morreu uma semana depois.
Esta é a primeira vez que se anuncia um veredito por este caso. A morte de Gray reacendeu o debate sobre a violência policial contra pessoas negras nos EUA e desencadeou uma onda de protestos por parte da população de Baltimore, provocando a declaração de estado de emergência na cidade, a mobilização da Guarda Nacional, a instauração do toque de recolher e centenas de detenções.
O policial William Porter também chegou a enfrentar julgamento por homicídio culposo de Gray, mas o caso terminou com júri indefinido em dezembro.
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