A polícia de Santiago, capital do Chile, reprimiu nesta quinta-feira (26) um protesto de estudantes em prol da gratuidade do ensino público no país. A marcha de hoje se dá em meio a uma “nova ofensiva” dos estudantes para pressionar o governo a realizar a reforma da educação.
Os policiais alegaram que os estudantes fizeram na manifestação desta quinta-feira um percurso que não havia sido autorizado. Diante da repressão com jatos d’água e gás lacrimogêneo, alguns estudantes atiraram pedras contra os policiais.
O ministro do Interior chileno, Jorge Burgos, respaldou a ação da polícia. “Quando se quer fazer uso do legítimo direito constitucional de se manifestar, o que se busca é boa vontade por parte dos organizadores para encontrar alternativas. Aqui isso não existiu e insistiram em fazer [a manifestação] em um lugar onde não havia autorização”, declarou o ministro.
Os estudantes exigem uma reforma educacional que assegure o acesso universal e a gratuidade da educação pública no país e iniciaram nesta terça-feira (24/05) uma “nova ofensiva” para pressionar o governo a agir sobre a questão. Eles invadiram o Palácio de La Moneda, sede do governo, e o Ministério da Educação, onde estenderam uma faixa de protesto contra o governo chileno. Além disso, há pelo menos nove escolas ocupadas em Santiago e faculdades mobilizadas em oito universidades chilenas.
“Hoje vimos como estudantes secundaristas se estão mobilizando por uma educação estatal, gratuita, laica, porque hoje o Chile se cansou de esperar e os secundaristas não acreditamos mais no governo”, declarou Diego Arraño, porta-voz da Aces (Assembleia Coordenadora dos Estudantes Secundaristas), à imprensa chilena.
A “nova ofensiva” foi criticada pela ministra da Educação, Adriana Delpiano, para quem os estudantes devem protestar “dentro das normas”. “Há desconhecimento do esforço que se está fazendo” para a reforma, disse Delpiano ao jornal chileno La Tercera. “As demandas [dos estudantes] estão no projeto [de reforma] e sempre estamos abertos e discutir os temas”, afirmou.
Marcelo Correa, porta-voz da CONES (Coordenadoria Nacional dos Estudantes Secundários), prometeu mais manifestações nos próximos dias. “Elas estão crescendo e se fortalecendo. Se não nos ouvirem, vamos dar tudo que temos”, disse à CNN Chile.
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