Em um clube como o Flamengo, muita gente quer aparecer, na vitória ou na derrota
O jargão “Crise na Gávea” é fartamente utilizado pela imprensa esportiva, às vezes até policial, ao longo de todos os anos. Não existe um momento durante o ano em que o Flamengo não entre em crise.
O Flamengo investiu pesadamente para ter um ano mais tranquilo no futebol do que em outros anos da gestão Bandeira de Mello. Financeiramente, as coisas vão bem, obrigado.
Mas uma reformulação de elenco e comissão técnica tem um preço, que é do tempo do ajuste. O Flamengo perdeu o Campeonato Carioca para times ajustados há mais tempo. Até aí, é compreensível.
Perdeu a Primeira Liga com o time reserva no confronto contra o Atlético-PR. Para quem iria priorizar a competição, começa a se tornar indesculpável.
Caiu na Copa do Brasil para um time melhor montado, embora bastante inferior. Neste aspecto, se torna inadmissível.
O time rubro-negro já poderia estar melhor do que está, mas se enrola pela profusão de “crises” que se inventam. A falta de conhecimento da diretoria sobre futebol começa a exalar pelos poros.
A direção é responsável por dirimir crises no nascedouro. Sua função é deixar que os jogadores façam apenas aquilo que sabem, jogar futebol.
Na ausência de dirigentes capazes de chamar a responsabilidade e matar a crise no peito, a torcida começa a arrumar “Cristos” para pagar o pato. O primeiro deles foi Wallace. Sua saída não resultou em nada na prática.
O problema é que, em um clube como o Flamengo, muita gente quer aparecer, seja na vitória ou na derrota. Claro que há os que só aparecem na vitória, mas se eximem de responsabilidade na derrota.
Para a imprensa, é um prato cheio. Tudo tem que virar crise para virar notícia.
Bandeira desistiu de chefiar a delegação da seleção brasileira, um dos episódios mais inexplicáveis do papo todo. Ficou para resolver a “crise”. No entanto, pode estar mais envolvido com ela do que se pode imaginar.
Edição: ---