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Estupro na cidade das Olimpíadas choca o mundo

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Delegada do caso, Cristiana Bento diz que está provado que houve estupro
Delegada do caso, Cristiana Bento diz que está provado que houve estupro - Tomaz Silva/Agência Brasil
Nas redes sociais, mulheres e homens tentam desqualificar o crime

Enquanto a cidade falida se prepara para receber os Jogos Olímpicos, nos últimos dias no Brasil e em boa parte do mundo se falou de um caso de estupro coletivo que aconteceu em uma favela do Rio de Janeiro. 

Enquanto uma menor visivelmente desacordada está sendo filmada, um homem fala que ela fez sexo com mais de 30. Enquanto as imagens seguiam sendo vistas e compartilhadas inúmeras vezes nas redes sociais, a vítima avisava que o que aconteceu ali foi sem o seu consentimento, e que ela havia sido violentada sexualmente. 

Cultura do estupro

Enquanto movimentos feministas apontam para os números alarmantes de estupro no Brasil, mulheres e homens nas redes sociais tentam desqualificar o crime, dizendo que ela não foi estuprada.

Houve até um protesto na tarde do dia 30 de maio, na Praça Seca, bairro em que fica o Morro da Barão, local que ocorreu o caso. Os moradores levantaram cartazes dizendo: “A Barão pede a paz, não houve estupro”. 

Enquanto os advogados dos acusados tentam dizer que ela os conhecia bem, pois era frequentadora assídua da favela, a advogada da vítima acusa o delegado de ter intimidado sua cliente ao interrogá-la. 

Enquanto se fica falando em pena de morte, prisão perpétua e castração química para os acusados e não se mergulha em um profundo debate social, teremos culpados por todos os lados, e nessa loucura sobrou até para o funk, como é de costume. 

Enquanto eu escrevia esse texto, outra mulher foi estuprada no Brasil. A cada 11 minutos uma mulher é violentada.

 

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