A futura secretária Políticas para Mulheres do governo interino do presidente Michel Temer, Fátima Pelaes (PMDB-AP), já manifestou sua posição contrária ao aborto, mesmo em casos de estupro, como prevê a legislação brasileira.
Socióloga e deputada federal por 20 anos – 1991 a 2011 –, Fátima já afirmou ser contra "bandeiras contrárias aos valores bíblicos", como o aborto e constituição livre da família. Além das suas posições polêmicas, ela também esteve envolvida em um escândalo envolvendo recursos públicos do Ministério do Turismo em 2011.
Fátima Pelaes disse, em uma entrevista publicada em 2013, que seu posicionamento sobre o aborto mudou em 2002, quando "conheceu Jesus" e passou a defender que "o direito de viver tem que ser dado para todos". Em 2010, durante as discussões sobre o Estatuto do Nascituro, ela relatou que foi fruto um "abuso" sofrido pela mãe que estava presa por ter cometido "crime passional".
Em 2011, ainda como deputada, ela foi citada em um depoimento feito por uma sócia da Conectur – empresa fantasma que funcionava em uma igreja evangélica - sob a acusação de ter recebido dinheiro para financiar sua reeleição. Ela não conseguiu retornar à Câmara e nega a acusação.
Fátima Pelaes é presidente do núcleo feminino do PMDB. Até abril deste ano, ela ocupava o cargo de diretora administrativa Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A ex-deputada foi exonerada após o rompimento do partido com o governo da presidente afastada Dilma Rousseff.
A Secretaria de Políticas para Mulheres possuía status de ministério na gestão Dilma, mas agora está subordinada ao Ministério da Justiça e Cidadania do governo Temer.
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