A rejeição contra o governo interino de Michel Temer tem aparecido não só nas ruas. O grito de “Fora Temer” do público marcou os shows do cantor Geraldo Azevedo e Ney Matogrosso na última sexta-feira (3), no Clube Imperator, no Méier. Em maio, outros shows também foram espaço de manifestação política.
A professora Rafaela Gadelha, de 36 anos, esteve na apresentação de Geraldo Azevedo na semana passada e também gritou contra o atual governo. “O público puxou ‘Fora Temer’ assim que o Geraldo terminou o show”, diz ela. Segundo ela, o artista nem estava mais no palco, portanto, o público gritou mesmo por conta própria. A educadora justifica o acontecido: “É um governo golpista. Sou contra o impeachment da presidente Dilma. Se o povo elegeu, tem que prevalecer a democracia”.
Também houve protestos contra Michel Temer no show de Ney Matogrosso, no Circo Voador. Em vídeo divulgado pelo site Diário do Centro do Mundo, ouvem-se gritos de “Fora, Temer” do público enquanto Ney descansava sentado durante o show.
Em maio, outros shows foram espaço de manifestações. Na apresentação do cantor Criolo, na Virada Cultural de São Paulo, teve até telão com os dizeres “Temer, Jamais”. Já no show de Carlinhos Brown, em Salvador, o coro “Fora, Temer” foi acompanhado de um discurso do próprio artista.
Protesto criativo
Além de gritar “Fora, Temer”, o povo sabe usar muito bem a criatividade para se manifestar. Os protestos pela volta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), extinto por Temer, são um exemplo disso. Enquanto promovem atos neste mês, cientistas espalham cartazes com a foto do presidente com os dizerem “Sem ciência não tem Viagra”.
Outro caso interessante aconteceu em um dos protestos em maio, onde manifestantes vendiam, a R$ 10, panos de chão com o rosto de Temer e a palavra “Golpista”. Tem foto do presidente interino até em lixeira pública, como forma de expressar insatisfação ao governo atual.
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