Coluna

Imprensa esconde realidade violenta da cidade olímpica

Imagem de perfil do Colunistaesd
Imprensa só dá atenção a notícias sobre violência no Rio quando atinge a elite
Imprensa só dá atenção a notícias sobre violência no Rio quando atinge a elite - Divulgação
Mais um ataque a uma UPP, dessa vez no Morro do Fallet

Na manhã do dia 10 de junho, houve mais um ataque a uma Unidade de Polícia Pacificadora, dessa vez no Morro do Fallet. Esses tiroteios estão sendo constantes. Há favelas em que os tiros são diários, como no Complexo do Alemão.  

Nessa manhã, tinha uma pessoa muito importante no caminho do tiroteio, e os jornais divulgaram o que há muito tempo não vêm noticiando. Só que, dessa vez, a manchete foi diferente: “Dom Orani Tempesta fica sob fogo cruzado”. 

Essa frase foi repetida inúmeras vezes em todos os telejornais, naquela sexta feira (10). Essas manchetes já são conhecidas por moradores de favelas há muito tempo, tais como: “Estudantes da PUC não conseguem estudar com tiroteio na Rocinha”, “Moradores de Ipanema acordam assustados com tiros no Cantagalo” e por aí vai.

No final da tarde veio a notícia de que uma bala perdida atingiu e matou o jovem Carlos Eduardo Nogueira as Silva, de 19 anos, no Morro do Querosene, favela vizinha à do Fallet. Segundo a imprensa, a polícia estaria empenhada em descobrir se o tiroteio que levou pânico a Dom Orani foi o mesmo que matou Carlos Eduardo.

Sinceramente, eu não tenho nada contra o arcebispo do Rio de Janeiro, mas tenho muito a favor dos moradores de favelas e seus pânicos diários. 

Em entrevista, o Arcebispo disse estar preocupado de como uma cidade doente vai sediar os Jogos Olímpicos. Essa pergunta já tinha sido feita anos atrás pelos movimentos populares, quando todos, inclusive a cúpula da igreja, comemoravam a escolha do Rio.

Edição: ---