A missão da Venezuela na OEA (Organização dos Estados Americanos) solicitou, nesta segunda-feira (20) o cancelamento da reunião da entidade para discutir a aplicação da Carta Democrática contra o país, prevista para ocorrer nesta quinta-feira (23).
Segundo informações da agência Efe, a missão venezuelana enviou uma carta com o pedido ao presidente do Conselho Permanente, o argentino Juan José Arcuri.
No documento, a Venezuela considera “improcedente” a sessão extraordinária convocada pelo secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que, de acordo com a missão do país sul-americano, “não está legitimado” para solicitá-la.
Almagro convocou a reunião em 31 de maio ao invocar o artigo 20 da Carta Democrática, que dá poder ao secretário-geral ou a qualquer membro para solicitar um Conselho Permanente extraordinário ao considerar que haja uma "alteração constitucional que afeta gravemente a ordem democrática". A aplicação do mecanismo pode levar à suspensão da Venezuela da entidade.
O governo de Nicolás Maduro defende que não existe a referida “alteração” no país e diz que a solicitação de reunião do secretário-geral "responde a um uso desviado de uma faculdade que o governo da Venezuela rejeita", segundo a carta enviada à presidência do Conselho.
Nesta terça-feira (21/06), o ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e os ex-mandatários Leonel Fernández e Martín Torrijos, da República Dominicana e Panamá, respectivamente, participarão de uma reunião na OEA em Washington para explicar o atual estágio dos diálogos que mediam entre o governo da Venezuela e a oposição do país, com apoio da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
Na última quarta-feira (15/06), durante a 46ª Assembleia Geral da OEA, a entidade aprovou uma solicitação da Venezuela para que seu Conselho Permanente analise a conduta de seu secretário-geral, Luis Almagro, duas semanas após o Conselho Permanente aprovar, por consenso, um documento de apoio ao processo de diálogo no país.
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