Tem gente que não entendeu que quem luta tem que ser igual ao sol
Quem acompanha o cotidiano das mães que perderam seus filhos de forma violenta e resolveram lutar sabe que, além da dor que elas carregam, também levam uma bandeira que há anos vem sendo banalizada: a vida.
Tal banalização é impulsionada pelo governo que escolheu enfrentar a violência com mais violência, fazendo pobre caçar e matar pobre.
Essa lógica foi comprada pelos veículos de comunicação, que na maioria das vezes reportam somente as notas enviadas pela Secretaria de Segurança Pública, que dá a versão dela sobre os fatos ocorridos no momento dessas mortes.
A imensa maioria das mães, que tiveram os filhos assassinados, com o passar do tempo se conforma com a dor que irão ter que carregar até o ultimo dia de suas vidas. Fato totalmente compreensível, já que a sociedade banalizou a sua dor. Mas existem as mães que não se conformaram em ter que carregar tanta dor e vivem expondo seus sentimentos e revolta por ter perdidos seus filhos de forma tão covarde.
Na semana passada, algumas dessas mães participaram do programa Criança Esperança, na Rede Globo, e puderam dividir ainda mais suas lágrimas com todo o Brasil. Muita gente se emocionou com o depoimento delas no programa, mas tem gente que ainda não entendeu que quem luta tem que ser igual ao sol: deu brecha, ele entra.
Quem criticou a ida das mães ao programa esquece que canal de TV é concessão pública, portanto tudo o que é de interesse público tem que ser levado em conta. Parabéns às mães que colocaram suas causas acima de qualquer coisa.
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