No primeiro comício ao lado do presidente dos EUA, Barack Obama, a virtual candidata democrata às eleições presidenciais no país, Hillary Clinton, prometeu nesta terça-feira (05) "construir" sobre o legado e o "progresso" do atual mandatário norte-americano.
No evento de campanha realizado em Charlotte, no Estado da Carolina do Norte, Hillary enalteceu os avanços realizados pelo governo norte-americano sob a liderança de Obama, como os "75 meses seguidos de criação de emprego", mas afirmou que ainda há "muito a ser feito" sobre "problemas estruturais" como a desigualdade e o acesso à educação.
"Quando olho para o presidente [Obama], vejo alguém que, apesar da obstrução [do Congresso] que enfrentou, continua a encontrar pontos e propósitos em comum. É um estadista que lidera não só nosso país, mas o mundo todo, um presidente que sabe como nos manter seguros e fortes", disse a pré-candidata.
Já Obama disse confiar no “pulso firme” de Hillary em meio aos futuros desafios caso ela seja eleita a próxima presidente dos EUA.
"Estou aqui porque acredito em Hillary Clinton. Tenho certeza que ela não vai se render, não importa quão difícil seja o desafio", disse o presidente.
Obama lembrou que esta não é a primeira vez que ambos fazem campanha juntos e rememorou os tempos em que os dois foram rivais nas primárias democratas de 2008, em que ele acabou vitorioso, recebendo a nomeação do partido.
"Já a admirava como senadora, mas acabei essa primária a admirando ainda mais porque tive a oportunidade de ver de perto como ela está preparada e como é inteligente", disse o líder, em referência aos debates entre ambos em 2008. "Não houve um homem ou mulher mais qualificado para ser presidente do que Hillary Clinton, nunca", afirmou Obama.
O governante afirmou que, em novembro, os eleitores terão que tomar uma decisão sobre apoiar dois projetos "muito diferentes de país", que "nem sequer se tratam de direita ou esquerda".
"Há uma tentativa de se voltar a um passado imaginário, ou brigar pelo futuro", disse em referência ao virtual candidato republicano à presidência, Donald Trump.
A ex-secretária de Estado agradeceu por contar com o apoio de Obama, que "de rival político, passou a ser parceiro e amigo", porque "afinal, ele sabe uma coisa ou outra sobre ganhar eleições", brincou.
A democrata também destacou o número de pessoas que conseguiram ter acesso ao sistema de saúde após a reforma promovida por Obama, que implementou o programa de assistência sanitária conhecido como “Obamacare”.
Hillary prometeu continuar a trabalhar pela "classe média" dos EUA, primeiramente com um aumento dos salários e impulsionando a igualdade salarial.
FBI: Hillary expôs informações confidenciais, mas não deve ser acusada
Também nesta terça-feira, o diretor do FBI, James Comey, afirmou que Hillary não deve ser acusada pelo uso de vários servidores de e-mail particulares para lidar com assuntos oficiais quando era secretária de Estado (2009-2013).
"Expressamos à Justiça nossa visão de que não devem ser apresentadas acusações neste caso", disse Comey em entrevista coletiva na sede do FBI, em Washington.
O diretor do FBI declarou que Hillary, durante sua atuação como secretária de Estado, usou "vários" dispositivos móveis, como telefones celulares, para ter acesso a "vários servidores" particulares de e-mail, nos quais administrou assuntos oficiais e confidenciais durante seus quatro anos à frente da diplomacia americana.
"Embora não tenham sido encontradas provas claras de que a secretária Clinton ou seus companheiros tivessem intenção de violar as leis que regem o controle de informação sigilosa, há evidência de que foram extremamente descuidados em sua administração de informações muito sensíveis, altamente confidenciais", disse Comey.
Ele apontou que "é possível" que atores externos e hostis aos EUA tenham tido acesso a informações sigilosas do governo através da conta de e-mail de Hillary, embora tenha ressaltado que "não se encontraram provas" da intrusão de hackers.
A recomendação do FBI é provisória e a decisão definitiva depende do Departamento de Justiça. No entanto, conforme disse na semana passada a procurador-geral dos EUA, Loretta Lynch, a decisão do FBI terá caráter definitivo e será acatada.
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