Alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos e derivados de uma produção voltada não apenas para a venda, mas para a consciência dos meios de produção, da situação de pessoas que vivem deles e da utilização consciente da natureza. Essa é a proposta da agroecologia, uma forma de cuidar da terra que é também uma ciência, segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que a adotou, ainda que muitas vezes em um processo de transição.
O conceito de agroecologia é da década de 1930, e caracteriza um tipo de produção que não usa produtos químicos e recicla todos os seus componentes. Bruno Silva Diogo, do setor de produção do MST, explica que ela é a saída sustentável contra o agronegócio, apresentado pela grande mídia como única forma de plantar em larga escala. “Esse modo de produção [agronegócio] é um pacto entre grandes propriedades, empresas, meios de comunicação de massa e o Estado”, pontua. “Mas ele não se sustenta sem as imensas quantidades de recursos financiados todos os anos. Além disso, gera desigualdades sociais e envenena as águas, solos e os alimentos no campo e na cidade”, critica.
Sem crise alimentar
Segundo relatório anual publicado em 2015 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), uma em cada sete pessoas no mundo passa fome. O MST ressalta que a proposta de agroecologia poderia auxiliar a solucionar a crise alimentar.
“Isso nos diferencia do modelo destruidor da exploração de camponeses. Ao recuperar e preservar as matas, por exemplo, os assentados se tornam produtores de água. Por isso defendemos a necessidade de uma Reforma Agrária Popular”, afirma Bruno.
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