Nesta quinta (14), o PIT-CNT (Plenário Intersindical de Trabalhadores - Convenção Nacional de Trabalhadores) convocou uma greve geral em defesa do trabalho, do salário, das condições de vida, da previdência e do gasto social, frente às medidas de ajuste fiscal impulsionadas pelo governo uruguaio de Tabaré Vazquez (Frente Ampla). Próximo às negociações salariais do segundo semestre nos Conselhos Salariais, os trabalhadores temem por perdas reais de salário.
Segundo a organização, perto de um milhão de trabalhadores e trabalhadoras aderiram ao protesto, que conta com a adesão da Universidade da Republica de Montevidéu, a Federação de Estudantes Universitários do Uruguai (FEUU), a Federação Uruguaia de Cooperativas de Vivenda (FUCVAM), o Sindicato Único de Telecomunicações (Antel), a União de Trabalhadores Estatais (UTA), sindicatos de docentes, entre outros movimentos organizados.
Na roda de imprensa realizada no salão Mario Benedetti, na sede do PIT-CNT em Montevidéu, representantes sindicais manifestaram que o aumento da inflação tem atingido o poder aquisitivo do salário e que a crise tem fortalecido uma contraofensiva da direita. Segundo o presidente da central sindical, Fernández Pereira, “se questiona que a única variável de ajuste seja o que a classe operária tem para oferecer: sua força de trabalho”.
Os sindicatos unificados em torno da greve geral propõe políticas anticíclicas para expandir a capacidade de consumo interno, como a criação de novos postos de trabalho, o aumento dos investimentos públicos e estímulos para a compra de insumos nacionais de produtores uruguaios.
A queda dos preços das matérias primas e o caráter dependente da economia uruguaia tem atingido fortemente a população, mas “não se pode permitir que se cortem as garantias das condições da sociedade”, afirmou Marcelo Abdala, secretario geral.
Claudio Arbesún, da FEUU, denunciou também o corte do orçamento universitário. Segundo ele, “na universidade se produz o 80% das investigações cientificas no país, o corte no orçamento implica cortar a possibilidade do desenvolvimento nacional”.
Além do chamado à unificação das lutas operárias, as centrais sindicais em greve manifestaram sua solidariedade com Venezuela, contra o aumento das tarifas na Argentina e denunciam o golpe de estado em Brasil.
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