Um novo ataque deixou pelo menos 84 mortos e mais de 100 feridos em Nice, no sul da França, na noite de quinta-feira (15), durante a comemoração da Queda da Bastilha, feriado mais importante do país. O pânico começou às 22h30 no horário local (17h30 no Brasil), logo após a queima de fogos na orla de Nice, quando um caminhão branco avançou em alta velocidade em direção às pessoas que caminhavam pela via Passeio dos Ingleses.
O motorista abriu fogo contra a multidão, de acordo com relatos das vítimas, e acabou morto em uma troca de tiros com a polícia, que conseguiu parar o caminhão após 2km, quando centenas de pessoas já haviam sido atropeladas.
As autoridades francesas identificaram por meio de impressões digitais o homem que seria responsável pelo episódio como Mohammed Lajouaiej Bouhlel, um franco-tunisiano de 31 anos que trabalhava como distribuidor na cidade. O suspeito tinha antecedentes criminais por atos de violência e violência de gênero, embora seu nome não constasse na lista dos serviços antiterroristas no país.
O presidente da França, François Hollande, afirmou que "a natureza terrorista do ataque não pode ser negada". Os promotores antiterrorismo de Paris iniciaram um inquérito por homicídio e tentativa do homicídio como parte de um ataque terrorista. A agência de inteligência da França, o DGSI, já havia alertado para o risco de ataques de militantes islâmicos com "veículos com armadilhas e bombas". Entretanto, o Estado Islâmico não se responsabilizou pelo ataque.
Estado de Emergência
A França vem sofrendo uma série de ataques terroristas desde o massacre na redação do jornal Charlie Hebdo, em janeiro de 2015. Sete meses após os atentados na casa de shows Bataclan e nos arredores do Stade de France, em Paris, o país sairia do Estado de Emergência no final deste mês, mas Hollande anunciou que o estado foi prolongado por mais três meses. .
O Estado de Emergência na França é um meio-termo entre a situação normal e o estado de sítio, e permite que as autoridades, sem autorizações judiciais, façam investigações criminais, impeçam suspeitos de saírem de suas casas e fechem provisoriamente locais de comércio. Além disso podem ser decretados toque de recolher e zonas de segurança nas quais a permanência de pessoas é regulada.
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou nesta sexta-feira (15), que o "ato terrorista" prova mais uma vez que há uma "situação de guerra". Foram decretados três dias de luto nacional, de sábado a segunda-feira.
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