Após bloquear pontes que ligam Istambul ao continente, um grupo de militares turcos declarou nesta sexta-feira (15/07) ter tomado o poder no país. O primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, disse se tratar de uma tentativa de golpe de Estado contra o governo de Recep Tayyip Erdogan, presidente turco.
Membros das Forças Armadas turcas fecharam as pontes de Bósforo e Fatih Sultan Mehmet, em Istambul, e há relatos de jatos e helicópteros voando baixo sobre a cidade e em Ancara, além de tiros na capital turca.
Segundo Yildirim, os militares tomaram uma “ação ilegal” e não autorizada e o governo continua no comando do país. “Não vamos permitir essa tentativa”, disse ele à emissora turca NTV. “Aqueles envolvidos neste ato ilegal vão pagar o mais alto preço”, afirmou.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, o grupo de militares divulgou um comunicado em que dizem que as Forças Armadas "tomaram integralmente a administração do país para reinstaurar a ordem constitucional, os direitos humanos e liberdades, o Estado de direito e a segurança geral que foi deteriorada". "Todos os acordos internacionais [da Turquia] continuam valendo. Esperamos que todas as nossas boas relações com todos os países prossigam assim."
A agência de notícias estatal Anadolu afirma que Hulusi Akar, chefe das Forças Armadas da Turquia, está sendo mantido como refém em um quartel general militar em Ancara.
Erdogan, presidente turco, está de férias e fora do país. Segundo uma fonte da agência de notícias Reuters do gabinete presidencial, ele está seguro e deve fazer um pronunciamento em breve.
Um comunicado foi lido na TV estatal TRT por ordem dos militares informando a população que foram impostos toque de recolher e lei marcial – sistema de leis que entra em vigor em situações excepcionais, como durante um golpe de Estado – em todo o país. De acordo com a declaração, a Turquia será administrada por um "conselho de paz" que irá garantir a segurança da população e o país terá uma nova constituição em breve.
Atualizado às 20h40
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