Desaprovação

Metade dos brasileiros são contrários à realização das Olimpíadas

Há três anos, apenas 25% eram contrário ao megavento; os dados são do DataFolha

São Paulo (SP) |
Pesquisa mostra que 63% dos entrevistados acreditam que o evento trará mais prejuízos do que benefícios para o país
Pesquisa mostra que 63% dos entrevistados acreditam que o evento trará mais prejuízos do que benefícios para o país - Tomaz Silva/Agência Brasil

A 17 dias do início dos Jogos Olímpicos Rio 2016, 50% dos brasileiros são contra a realização do evento, segundo pesquisa do Datafolha divulgada nesta terça-feira (19). Há três anos, apenas 25% eram contrários aos jogos.

Opiniões negativas sobre o evento cresceram junto à crise que assola o país. A pesquisa mostra que 63% dos entrevistados acreditam que o evento trará mais prejuízos do que benefícios para o país.

Outra preocupação é a segurança. Desde o atentado em Nice, no sul da França, autoridades brasileiras estão alarmadas com possíveis ataques terroristas durante os Jogos.

As declarações do presidente interino Michel Temer (PMDB) de que irá intensificar o policiamento durante os jogos não emplacaram na opinião pública. Para 57% dos entrevistados, a segurança será uma vergonha para a imagem do país.

Ao contrário da Copa do Mundo, que esgotou os ingressos meses antes da competição, cerca de 1,5 milhão de bilhetes ainda estão disponíveis. Ao todo, apenas 16% dos entrevistados se mostraram interessados pelo evento.

Crise no estado

O Rio de Janeiro foi eleito sede olímpica em 2009, período em que o país estava com a economia em alta. Porém, o novo momento econômico e a má administração pública do governo de Fernando Pezão (PMDB-RJ) levou o governador em exercício do estado, Francisco Dornelles (PP), a decretar estado de calamidade no Rio de Janeiro.

Outro problema que chama a atenção é a saúde. O estado vive a pior crise de saúde até o momento. Durante vistoria, o Conselho Regional de Medicina do Rio verificou diversas irregularidades no Hospital Salgado Filho, um dos responsáveis pelo atendimento aos jogos. Entre os problemas estão a falta de equipamento e a superlotação.

Outro desafio da capital fluminense é cuidar de pacientes com doenças erradicadas no Brasil, como sarampo e rubéola. Como as enfermidades ainda existem em outros países, a cidade precisará ter vacinas para atender possíveis pacientes.

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