Futebol é paixão para o torcedor e também para o jogador
O centroavante Riascos conseguiu, com uma só declaração no fim do jogo, deixar duas torcidas em polvorosa. A do Cruzeiro, que quer assá-lo em uma churrasqueira, e a do Vasco, que o espera de volta.
Ao sair de campo após mais uma derrota, desta vez para o Fluminense, por 2 a 0, o atacante colombiano afirmou para a rádio Itatiaia, de Belo Horizonte (MG), que não está feliz na Raposa. Mais ainda: disse que foi impedido de ser feliz.
E foi além. Em trecho do áudio da entrevista que não se sabe ao certo se ele fala “essa” ou “nessa”, ele emenda com um palavrão em negrito, itálico, sublinhado e em caixa alta. Uma expressão comum a situações nada agradáveis.
A dúvida entre “essa” ou “nessa” é fundamental para definir a quem ele se referia e se a torcida do Cruzeiro tem razão ou não de querer engoli-lo.
De qualquer maneira, se está fazendo uma tempestade em copo d’água.
Em maio, era evidente que ele queria ficar na Colina.
Mas o “investimento” feito pelo Cruzeiro falou mais alto. A ideia de retorno financeiro sobre um cara desmotivado a estar ali, com a cabeça em outro lugar, é mais uma prova que o futebol não pode ser pensado apenas sob essa ótica.
Futebol é paixão para o torcedor e também para o jogador. Até existem, mas são raros, os jogadores que só jogam futebol porque dá dinheiro. A imensa maioria entra nessa profissão porque gosta mesmo.
Os caras são profissionais, não precisam se sentir bem só no clube pelo qual torciam na infância. Mas são humanos e gostam de futebol. Por isso adotam alguns clubes como casa, outros não.
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