O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra publicou nota se posicionando sobre as acusações recebidas da imprensa sobre os conflitos agrários recentes no estado de Rondônia.
Um deles seria a ocupação de uma fazenda na Linha 14 de Seringueiras, no último dia 17. A acusação do portal G1, direcionada à Liga dos Camponeses Pobres (LCP), é de que "seis homens armados desceram de um ônibus e caminharam em direção à propriedade, onde fizeram o dono da fazenda e um funcionário refém". Portais regionais reproduziram a mesma notícia responsabilizando o MST pela ação.
"As acusações não são verdadeiras (...) e o MST respeita todas as famílias que se organizam para fazer a luta pela a terra", diz a nota. Atualmente, não há relação política entre a LCP e o MST.
O texto argumenta que "o conflito no campo só se resolverá com uma ampla Reforma Agrária, feita com a participação popular, e lembra que lutar por Reforma Agrária é um direito reconhecido pelo nosso ordenamento jurídico, com a instituição da lei 10.469//2002".
Conforme argumenta um comunicado do movimento, Rondônia é um estado cobiçado por diversos segmentos de exploração do capital, como o da extração de madeira, de minérios, do uso dos rios, para a venda de energia e de água, e do solo, para a produção de monocultivo e pecuária.
"Tudo isso tem colocado a população do campo e da cidade em uma situação de risco e vulnerabilidade, expondo os indígenas, os quilombolas, os extrativistas, os camponeses, os atingidos por barragens e os sem-terras, que muitas vezes se colocam como empecilho para o avanço de tais interesses", diz a nota.
A reclamação é que nada tem sido feito pelas autoridades para mudar o cenário de coronelismo, da má distribuição de riquezas e da concentração de terra em Rondônia e no restante do Brasil. Para o movimento, enquanto isso não mudar, os conflitos irão continuar.
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