O Partido Democrata norte-americano abriu nesta segunda-feira (25) sua convenção nacional que deve nomear a ex-secretária de Estado e ex-senadora Hillary Clinton como candidata à Presidência dos Estados Unidos. O evento acontece em meio à polêmica sobre o vazamento de e-mails que revelaram estratégias do comitê central do partido para enfraquecer a campanha de Bernie Sanders em favor de Hillary.
A convenção, que terminará na quinta-feira (28), acontece na Filadélfia, no Estado da Pensilvânia. Ao ser confirmada como candidata, Hillary será a primeira mulher a disputar a presidência dos EUA por um dos dois grandes partidos do país. Ela irá enfrentar no pleito de novembro o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, nomeado na recém-encerrada convenção republicana.
O evento democrata começou em meio ao escândalo pela divulgação, pelo portal Wikileaks, de e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC, em inglês) na última sexta-feira (22/07). Os quase 20 mil e-mails evidenciaram as tensões entre a cúpula do partido e a campanha de Sanders, que durante as primárias acusou o DNC de favorecer Hillary, embora agora apoie a ex-secretária de Estado para unir forças contra Trump.
Entre as mensagens divulgadas figura, por exemplo, uma enviada no dia 5 de maio para o diretor de comunicações do Partido Democrata, Luis Miranda, no qual o funcionário de finanças Brad Marshall sugere investigar a ligação de Sanders com a religião de modo a enfraquecer seu apelo junto ao eleitorado. O senador por Vermont é judeu – embora pouco religioso – e de origens polonesas.
A divulgação das mensagens provocou a renúncia da presidente do partido, Debbie Wasserman Schultz, que abriu mão de abrir a convenção e deixará o cargo após o fechamento do evento. Sua renúncia foi pedida também por Sanders. “Precisamos de um novo presidente que nos leve por uma direção muito diferente”, disse o senador em entrevista à emissora norte-americana ABC.
Em discurso a seus apoiadores na manhã desta segunda-feira, Sanders pediu que votem em Hillary para derrotar Trump, que classificou como "fanfarrão" e "demagogo". "Ele fez da intolerância e do ódio a pedra fundamental de sua campanha", ressaltou o senador. "Temos que derrotar Donald Trump. Vamos eleger Hillary Clinton e Tim Kaine [candidato a vice]", pediu ele.
O discurso de Sanders recebeu uma resposta dúbia de seus seguidores, que se dividiram entre aplausos e vaias, evidenciando o descontentamento com as informações reveladas pelo vazamento dos e-mails do DNC.
Sanders é uma das personalidades de peso do partido que discursará na noite de abertura da convenção democrata, assim como Michelle Obama, primeira-dama dos EUA, e Elizabeth Warren, senadora por Massachusetts que chegou a ser cotada como vice de Hillary.
Na terça-feira (26) está previsto um discurso de Bill Clinton, marido de Hillary e ex-presidente dos EUA, enquanto Barack Obama, presidente norte-americano, Joe Biden, vice-presidente, e Tim Kaine, candidato a vice na chapa de Hillary, falam na quarta-feira (27). Na quinta-feira (28), encerramento da convenção, está previsto o discurso de aceitação da nomeação de Hillary Clinton.
Trump à frente de Hillary em pesquisa da CNN
O resultado é o mais favorável para Trump nas pesquisas da CNN desde setembro de 2015, e a emissora atribui isso em grande parte ao aumento no apoio ao magnata por parte dos eleitores independentes, entre os quais 43% disseram mais inclinados a respaldá-lo depois da convenção republicana, encerrada na última quinta-feira (21).
*Com Agência Efe e ANSA
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