Trabalhadores e trabalhadoras sem terra estão realizando atos e ocupações em diversos estados em protesto a favor da reforma agrária e contra o governo interino de Michel Temer. As atividades estão inseridas no calendário de mobilizações da Frente Brasil Popular e fazem parte da Jornada Nacional de Luta Contra o Golpe e Pela Reforma Agrária, que ocorre em todo o país desde o dia 22 de julho.
Na última segunda-feira (25), as ações também comemoraram o Dia do Camponês e da Camponesa, celebrado na data. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) considera o governo interno ilegítimo e denuncia a extinção de vários ministérios - incluindo o do Desenvolvimento Agrário -, cortes de orçamento nas áreas de saúde, educação e políticas públicas e a criminalização dos movimentos sociais.
Entre as reivindicações do MST, estão o direito à segurança e soberania alimentar - sem agrotóxicos nem transgênicos-, uma educação e saúde pública de qualidade e eficácia nos processos de reforma agrária. A organização também expressa seu “apoio aos movimentos em luta da classe trabalhadora e denuncia o genocídio dos povos indígenas por jagunços contratados pelo agronegócio”.
Ocupações
As sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Cuiabá e de Fortaleza foram ocupadas pelo MST na segunda-feira (25). A ocupação na capital mato-grossense reivindica o assentamento imediato de cerca de 2000 famílias acampadas no estado, e tem o objetivo de pressionar o Instituto para uma efetivação dos assentamentos e adequação de infraestruturas daqueles já existentes.
Em Fortaleza, a ocupação de cerca de 1000 trabalhadores e trabalhadoras sem terra pede o assentamento para as mais de 4 mil famílias acampadas e denuncia o despejo e assassinato de camponeses e indígenas. A ordem de despejo de mais de 40 famílias que vivem há sete anos no acampamento Nova Vida, em Mauriti, região do Cariri, também é pauta da ocupação. Além de negociações com o Incra, o MST cobra uma reunião com o governo do Ceará para buscar soluções para resolver a questão hídrica do estado.
Atos
Na tarde da segunda-feira (25) cerca de 15 mil trabalhadores sem terra marcharam em Aracaju, em comemoração do Dia do Camponês e da Camponesa e em defesa da democracia. Entre as reivindicações do movimento estava a desapropriação de fazendas, a implantação de um sistema de abastecimento de água, crédito para assentados e manutenção dos serviços de assistência técnica. A concentração da marcha foi feita na BR-235, na saída de cidade, e seguiu para a Praça Ranulfo Prata, no bairro Getúlio Vargas, onde aconteceu um almoço coletivo e a leitura das faixas.
Na tarde da segunda-feira também foi realizado um ato unitário dos movimentos sociais do campo em frente ao Ministério Público Federal do município de Bauru, em São Paulo.
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