O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) obteve o status consultivo especial no Conselho Econômico e Social (ECOSOC) da Organizações das Nações Unidas (ONU). Com essa decisão, o Conselho recebe o direito de assessorar a ONU, as comissões e outros países sobre conflitos indígenas no Brasil.
O status também permite à organização levar declarações e moções às comissões das Nações Unidas e de órgãos subsidiários que cuidam de questões como direitos humanos, saúde, direitos da infância e outras áreas.
Para Dom Roque, presidente do Cimi, a participação do Conselho em organizações multilaterais e internacionais é uma ferramenta importante para que se possa denunciar o genocídio que os povos originários sofrem no país.
"Não nos omitiremos em denunciar a incapacidade do Estado brasileiro em cumprir suas próprias leis, sua conivência com setores do agronegócio que assassinam e promovem o deslocamento forçado de populações indígenas através de milícias armadas e crimes atrozes”, disse em reportagem publicada no Portal do Cimi.
Questão indígena na ONU
A ONU tem o Fórum Permanente Sobre Questões Indígenas (UNPFII) que reúne povos originários de todo o mundo e desenvolvem debates sobre os aspectos econômicos, social, cultural, meio ambiente, educação, saúde e direitos humanos.
Na edição deste ano, realizada sob o tema “Povos Indígenas: Conflitos, Paz e Resolução”, o Guarani Kaiowá, Elizeu Lopes, denunciou o genocídio promovido contra os povos indígenas pelo Estado, latifundiários e agronegócio.
O UNPFII de 2016 compilou informações de conflitos envolvendo povos indígenas, incluindo questões sobre o Brasil. O documento final pode ser acessado aqui.
Edição: José Eduardo Bernardes
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