Nosso espetáculo não é o da morte.
Nosso espetáculo não é o que se apresenta diariamente no mercado.
Nosso espetáculo não é feito para ser descartado como notícia.
Nosso espetáculo não é o da pequena política de ocasião.
Nosso espetáculo não é o da mídia onde o índio e a operária terceirizada nunca se enxergaram.
Nosso espetáculo é o da vida.
Nosso espetáculo é o da luta popular,
E não da camiseta vazia.
Nosso espetáculo é o da democracia.
Mas como falar nela, se o trabalhador é perseguido quando se sindicaliza?
Onde está o negro no congresso, o índio, as mulheres, os jovens, os trabalhadores?
Nosso espetáculo é o da Democracia,
mas quando o estudante ocupa sua própria escola, a transexual reivindica uma outra identidade, e são impedidos
Onde a democracia fica?
Nosso espetáculo não é encenado, tem algo de improviso, de grito.
É por espaço no palco
É por mais pão, mais circo, mais poesia.
*Pedro Carrano, do jornal Brasil de Fato e da Frente Brasil Popular.
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