Pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas sobre as privatizações aponta que 60,6% da população é contrária à venda das empresas estatais. Outros 33,5% declararam ser favoráveis às privatizações, e 5,9% não sabem ou não opinaram. A pesquisa ouviu 2.020 pessoas com idade superior aos 16 anos, de 158 municípios brasileiros, entre os dias 20 e 23 de julho. A margem de erro é de 2%.
O Instituto ainda fez perguntas específicas sobre as maiores estatais: Petrobras, Banco do Brasil, Correios e Caixa Econômica Federal. No caso da petrolífera, 63,3% são contrários à privatização. Em relação aos Correios, 62,4%. O índice chega a 67,5% quando os entrevistados respondem sobre o Banco do Brasil e a Caixa.
Privatização às escuras
Apesar de o presidente da Petrobras nomeado por Michel Temer, Pedro Parente, ter declarado no início de junho que não existe plano para a privatização, está em andamento um processo de desmanche da empresa. Já foram vendidos ativos da estatal na Argentina, Colômbia e Chile, 49% das ações da Gaspetro e a megareserva de petróleo de Carcará, na área do pré-sal com pelo menos 700 milhões de barris.
Além disso, foi anunciada a venda da Liquigas, que detém 22% do mercado de GLP no país. Parente revelou à revista Brasil Energia que a Petrobrás deve incluir em seu plano de desinvestimento as refinarias mais antigas, organizadas em pools regionais.
“A modalidade de venda ainda está sendo discutida e estruturada, mas uma das propostas colocadas na mesa é a venda de participações das unidades industriais e dutos que compõem os seus sistemas logísticos. Um dos modelos em avaliação contemplaria pelo menos dois pacotes distintos, um envolvendo a Regap (MG) e a Reduc (RJ) e outro a Repar (PR) e a Refap (RS)”, destaca a revista.
“A estratégia de Parente é a mesma que foi utilizada por FHC. Quebrar a integração do Sistema, vendendo a empresa aos pedaços. Eles sabem que o anúncio de uma venda integral da Petrobrás causaria revolta e dificilmente obteriam sucesso. Como mercadores e entreguistas que são, tentam uma privatização às escuras, sem muito alarde na sociedade”, afirmou Mário Dal Zot, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Párana e Santa Catarina (Sindipetro PR e SC).
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