Uma das maiores empresas do agronegócio do mundo está com o mercado de orgânicos na mira. Conforme matéria do Valor Econômico, a Monsanto estuda certificar sementes de hortaliças para atender à demanda de produtores norte-americanos voltados à produção sem agrotóxicos.
Apesar de não contar com certificação, e aproveitando o crescente consumo de produtos orgânicos, as sementes da Monsanto já são vendidas nos Estados Unidos a preços mais caros do que as sementes transgênicas.
Monsanto expulsa
No início de agosto, foi divulgada a notícia do cancelamento da planta de "acondicionamento" de sementes transgênicas de milho na cidade de Malvinas Argentinas, na província de Córdoba, Argentina. Após três anos de mobilização popular, na Assembleia Malvinas Luta pela Vida, a empresa, que ainda não anunciou oficialmente, deixa o local.
Sofia Gatica é uma das militantes que participa do bloqueio à Monsanto em Córdoba e faz parte do coletivo “Mães de Ituzaingó”, organização criada para denunciar os casos de morte, câncer e malformação de fetos provocados pela pulverização aérea dos produtores de soja transgênica. Ela mesma perdeu sua filha três dias após o nascimento, quando seus rins deixaram de funcionar.
Reconhecida internacionalmente por sua luta em defesa do meio ambiente com o Prêmio Goldman (2012), em entrevista ao Brasil de Fato, Sofia afirma que a corporação produz agrotóxicos que são “pulverizados em seus filhos, nas frutas, hortaliças". Segundo ela, "são elas que controlam nosso sistema alimentar. O que nós estamos exigindo do governo é o direito de escolher o que comemos”.
Sofia ainda defende que os camponeses têm o direito de cultivar suas sementes criolas, “que possam passá-las de mão em mão, sem ter que pagar nada a ninguém”.
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