Vindos de todas as regiões do estado, cerca de mil agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Paraná (MST/PR) acampam em frente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na manhã desta segunda-feira (5), no Centro de Curitiba. Em mutirão, manifestantes erguem acampamento de madeira e lona em frente ao órgão, na rua Dr. Faivre.
O Movimento cobra o imediato assentamento das 10 mil famílias acampadas no Paraná, além de denunciar o golpe ocorrido no Brasil e somar nas manifestações contra o governo de Michel Temer (PMDB).
A mobilização ocorre simultaneamente a ações em outros estados, como parte da Jornada Nacional de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, feita em conjunto com diversos movimentos do campo. Em Brasília (DF), 2 mil pessoas ocuparam o Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios.
Segundo José Damaceno, da coordenação estadual do MST do Paraná, o INCRA permanecerá acampado por tempo indeterminado, até que haja avanço na negociação em âmbito nacional. O Instituto segue com funcionamento normal. A garagem está ocupada e transformada em cozinha comunitária, que garantirá alimentação para os manifestantes durante os dias de acampamento.
Governo elitista
Para Damaceno, o governo Temer mostrou sua “face elitista e anti-social” antes mesmo da confirmação do impeachment. Como exemplo, cita a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), uma medida antipopular que fragiliza a continuidade de políticas de interesse da agricultura familiar e da reforma agrária.
O militante confirma participação do Movimento nos atos ‘Fora, Temer’ marcados para terça e quarta-feira, 6 de 7 de setembro, em Curitiba. “A classe trabalhadora brasileira tem reagido, mesmo antes do golpe e agora com a consumação do golpe, no fundo o governo que está é ilegítimo e nós nos somamos com os movimentos”.
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